TIFF 21 | Silent Land: Premissa interessante se perde ao longo do filme

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Do que se trata Silent Land:

O longa da diretora Aga Woszczyńska acompanha um casal polonês na Itália que vê seu relacionamento se despedaçar.

A primeira coisa que eles reparam quando chegam na casa que alugaram para passar temporada é que a piscina está vazia. O anfitrião italiano manda um trabalhador para arrumar a situação. O jovem árabe musculoso e que vive sem camisa enfrenta a barreira da língua com o casal. Quando ele sofre um terrível acidente enquanto arruma a piscina é como se o destino conspirasse contra os três desde do começo. E agora com as férias em risco e a polícia da cidadezinha investigando o acontecimento, o casal não só verá seu relacionamento ser testado assim como suas próprias fundações morais.

O que achamos:

Confesso que a premissa de Silent Land tinha me chamado atenção e o longa era um dos que eu mais estava empolgado para ver da minha lista do TIFF 2021. Mas a premissa interessante que a diretora introduz no longa acabou por minar toda a minha expectativa para ele.

Silent Land acaba por ser como se fosse um spin-off da série The White Lotus só que focado no casal chato recém-casado interpretado pelos atores Alexandra Daddario e Jake Lacy sabe? Mesmo que aqui, o longa se sustente pelas boas atuações do casal de atores principais e cenário paradisíaco são os destaques do longa e ajudam a contar essa história. O ator Dobromir Dymecki como Adam e a atriz Agnieszka Zulewska como Anna realmente vendem essa aura de esnobes que seus personagem soam.

O longa é marcado por diversas situações que ficam na subjetividade e grande parte de Silent Land depende muito das diferentes atuações que Dymecki e Zulewska entregam e apresentam ao longo do filme na medida que vemos seus personagens serem afetados pelo acontecimento principal do filme.

Afinal, depois da insistência do casal para a piscina ser arrumada, o faz-tudo árabe chega no local, o que poderia despertar no casal algum tipo de atração é totalmente descartado quando o rapaz sofre um acidente, cai na piscina ainda sem água, e morre.

A diretora sempre parece querer subverter a expectativa do espetador para contar essa história e criar um sentimento de mistério que acaba por soar apenas raso em sua proposta. A falta de um mistério propriamente dito (do que eles realmente fizeram quando encontram o corpo, por exemplo) e os diversos questionamentos que o filme levanta sobre a moral envolvida na história deixam Silent Land apenas ser uma produção que fica dando voltas em si mesmo.

A investigação policial que começa, termina (por que a polícia não quer trazer atenção para o caso e espantar os turistas que já são bem poucos na ilha) e depois volta a acontecer, a introdução do casal local com um problema similar, e todo o processo que cria na relação do casal principal. E fora, o final extremamente subjetivo e que deixa o destino de Adam e Anna em aberto para o público. Senti que faltou uma clareza na visão da diretora para o tipo de história que ela quis contar. Mas ei, locações incríveis certo?

Avaliação: 2.5 de 5.

Visto em sessão digital da edição 2021 do Festival de Toronto.

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