The Need for Speed, para 3DO (1994) | Análise Retrô

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The Need for Speed é talvez uma das franquias mais lembradas quando o tema da conversa é jogos de corrida, e mesmo que esta tenha seus altos e baixos durante seus 25 anos, consegue se manter como uma franquia com admiradores fiéis.

E hoje eu resolvi voltar no tempo e falar do início de tudo. O jogo que vou abordar nesta análise é The Need for Speed apresentado por Road & Track.

E para quem não sabe, The Need for Speed deu as caras pela primeira vez no console 3DO da Panasonic no ano de 1994. Neste mesmo ano, Daytona USA chegava aos fliperamas globalmente e Nascar Racing da Papyrus dava as caras no PC. Cada um com o seu diferencial, mas é fato que todos marcariam a memória de muitos, e inclusive tirando do armário muito piloto amador e até futuros pilotos profissionais.

A premissa de The Need for Speed era oferecer um visual e física mais realista ao gênero, inclusive oferecendo máquinas que eram o sonho de consumo de muitos na época. Carros como a Lamborghini Diablo VT, Porsche 911, Corvette ZR-1, Ferrari 512 TR, Dodge VIPER RT/10, Acura NSX, Mazda RX-7 e Toyota SUPRA TURBO eram os veículos disponíveis no jogo e veículos estes que faziam a cabeça de adultos e crianças pelo mundo todo na década de noventa.

VIPER RT/10 – Esse é um carro que nunca vou dirigir nesta vida..rs

E o fato do game ter sido produzido pela Electronic Arts Canada (antiga Distinctive Software), esta tinha experiência e pessoal que sabia o que fazia já que era a mesma desenvolvedora de Test Drive (1987) e Stunts (1990), somada a expertise da Road & Track que é uma publicação renomada e especializada em carros de corrida que forneceu todos os detalhes técnicos e informações que pudessem deixar o jogo mais realista, se provou uma excelente dobradinha. O resultado foi que The Need for Speed para o 3DO conseguiu marcar presença e agradou a imprensa especializada da época, players e resultou em diversos títulos da franquia durante estes mais de vinte e cinco anos.

E me recordo que joguei o game pela primeira vez lá em meados de noventa e cinco ou noventa e seis na casa de um amigo. Este me chamou para mostrar o joguinho novo dele, e enquanto eu segurava a case do jogo, a introdução do jogo começava a rolar na TV e eu fiquei hipnotizado. O jogo entregava um realismo que eu nunca tinha visto e aqueles vídeos com uma trilha sonora explosiva, somado aos perfis de cada carro com dados detalhados que chegam até a mostrar o preço de cada um dos carros na época, era simplesmente demais. Eu já estava apaixonado pelo jogo e nem havia jogado de fato.

Outra coisa legal de The Need for Speed é que você sente a atenção dada ao jogo e a cada carro. Dos painéis realistas com ponteiros funcionais, som dos motores, assim como a experiência singular quanto ao controle de cada um deles na pista, tudo ajuda no processo de imersão do game.

Olha o nível de detalhes do painel da Lamborghini Diablo VT.

Mas nem tudo é perfeito e a versão para 3DO do jogo peca na falta de variedade quanto a modalidades, já que você tem a opção de competir contra um piloto controlado pela I.A ou correr contra o relógio e basicamente é isso. As opções de pistas também são meio limitadas, mesmo para a época. São três regiões: Cidade, Montanhas e Litoral onde cada uma têm três pistas que totalizam nove percursos ao todo. Para ajudar o jogo a render você também pode aumentar o nível de dificuldade para intermediário ou profissional nas opções, mas é basicamente isso.

E não posso deixar de comentar sobre o cara com quem competimos. Sempre que completamos um percurso, surge um vídeo com ele fazendo comentários sobre o seu desempenho, e meu amigo, o cara consegue ser extremamente chato. A vantagem é que você pode desabilitar o mesmo e seus comentários no menu de opções. As linhas de diálogo do policial que pode te prender se você acabar sendo pego pela polícia também ficam bem a desejar. Mas ambos não chegam a prejudicar a experiência, portanto pise fundo e deixe eles para trás.

Outra coisa que não é muito amigável, ao menos no primeiro contato é o menu inicial. O mesmo mostra algumas imagens que parecem recortes, sem muitos detalhes do quê é o quê e como funcionam, mas ao menos os menus internos já são mais intuitivos. E só a título de curiosidade: o mesmo menu foi repaginado na versão para PC.

De forma geral The Need for Speed para 3DO continua sendo um jogaço que mostrava o potencial do console da Panasonic se este tivesse recebido mais títulos bem produzidos e acredito que poderia ter sido até um adversário para o PlayStation da Sony.

Caso você queira conferir a análise e mais detalhes do jogo e alguns trechos de gameplay.

Concluo que a versão para 3DO é um clássico que merece ser visitado por todos aqueles que gostam de jogos de corrida mas que não tiveram a chance de experimentar e com certeza é um item necessário caso você seja um colecionador e tenha o console, visto que mesmo ao jogar o game nos dias de hoje, e mesmo considerando algumas de suas falhas, digo com certeza que ele envelheceu muito bem.

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