Sailor Moon Eternal | Crítica: Elas voltaram não só pelo poder lunar, mas também pelo poder do copiar e colar

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Elas voltaram. Repaginadas, é verdade, mas a estreia dos filmes de Sailor Moon Crystal (batizados de Eternal parte 1 e parte 2) pela Netflix inflamou o coração dos fãs das marinheiras lunares que há muito tempo não tinham novidades sobre a franquia.

Os filmes foram lançados, mundialmente, no dia 3 de junho e claro que eu não esperei um segundo para assisti-los. Passado a animosidade nostálgica, o que me chamou atenção foi uma série de decisões equivocadas, tanto da direção dos longas quanto da própria adaptação para o nosso idioma, mas igual ao filme, vamos por partes.

A decisão da Toei Animation, produtora da trama em transformar a série Crystal em filme foi bastante polêmica mesmo lá em meados de 2016. Mesmo considerado um dos piores arcos por muitos fãs, não podemos negar que o fio condutor da trama, o já batido “acredite nos seus sonhos” funciona bem na trama. Contudo, o estúdio esqueceu de um detalhe fundamental: a linearidade.

O mangá criado por Naoko Takeuchi lá na década de 1990 sempre teve um formato de seriado, com cada capítulo atribuído ao monstro do dia e uma história fechada. Na Parte 1 do filme vemos isso escancarado em tela, dando a impressão que estamos vendo vários episódios de 7 minutos agarrados um no outro. É espantoso como a diretora Chiaki Kon, literalmente, copiou e colou os capítulos do Arco Sonhos, adaptado para anime como Sailor Moon SS.

Tá certo, a proposta de Crystal, desde o início, era ser fiel ao mangá, contudo, para um longa metragem essa estética episódica deixa a adaptação cansativa, dando a impressão que fizeram o filme apenas para lucrar no mercado internacional. Se houvesse uma linearidade mais fiel ao formato escolhido, a história se desenrolaria de uma forma mais mais dinâmica, coisa que a Parte 2 fez com perfeição.

Sailor Moon Eternal

Outra diferença entre as duas partes de Sailor Moon Eternal está na qualidade da animação. A primeira é mais engessada e contida, muito semelhante a fotografia e estética adotada na série revival. Contudo, a parte 2 dá um salto nítido, nos proporcionando lutas realmente eletrizantes e uma qualidade realmente cinematográfica

Outro ponto que incomoda em Sailor Moon Eternal é a solução que encontraram para a localização da série. Deixemos de lado a eterna rixa dos fãs sobre as dubladoras e até mesmo o fato de várias delas terem sido atacadas por marmanjos que amam um desenho animado. Aqui a questão é outra…

As vozes casaram bem e a equipe técnica entregou um resultado primoroso e de uma qualidade ímpar. Contudo, o trabalho de adaptação foi um tanto questionável, provavelmente por pedido da própria Toei. Vários termos se mantiveram em inglês, gerando uma série de confusões. Ao invés de Princesa Serenity, temos uma Princess. Príncipe Endimion virou Prince e o nome das Sailors foram mantidos no inglês. Nada de Sailor Marte, Mercúrio, Saturno. Agora são Mars, Mercury e Sapturn, o que certamente confundirá a cabeça de quem está conhecendo a franquia agora. Nossa querida Serena virou Usagi, porém, as terminologias que cada personagem usam para chama-la também podem confundir os menos antenados, gerando uma salada de frutas fonética que beira a confusão.

Contudo, Sailor Moon Eternal entrega o que promete: uma animação de qualidade e um entretenimento garantido. O longa foi uma grata surpresa e a sensação que fica no final é de encontrar amigas que não víamos há muito tempo. Uma excelente dica pra quem adora se jogar no sofá e curtir um anime. Vale a pena.

Pelo poder do prisma lunaaaaaaarrrrr….

Sailor Moon Eternal está disponível na Netflix.

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