quinta-feira, 24 abril, 2025
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Resgate Implacável | Crítica: Mais um filme de Jason Statham

O que temos com Resgate Implacável é mais um filme do Jason Statham, e não, um bom filme do Jason Statham. Nossa crítica.

Resgate Implacável (A Working Man, 2025) é um filme do Jason Statham por bem ou por mal. O ator de Hollywood é um desses que tem um gênero de filmes para chamar de seu, assim como The Rock, Vin Diesel e diversos outros. E se o careca fortão tem uma pegada um pouco mais abrangente com filmes para a família e Diesel tá fazendo novos Velozes até agora, Statham se especializou em fazer filmes onde ele é um brucutu que sai metendo a porrada por ai, sim, mas um com bom coração. 

Jason Statham em cena de Resgate Implacável. Copyright: © 2025 Warner Bros. Entertainment Inc. All Rights Reserved.
Photo Credit: Dan Smith

E tem dado certo, afinal, o ator está aí na mídia, nos holofotes, ano após ano com um novo filme em cartaz. Mesmo que Resgate Implacável, talvez, seja o menos original e empolgante que o ator estrelou nos últimos tempos. Afinal, se em Esquema de Risco: Operação Fortune de 2023 ele tinha um elenco de apoio de dar inveja: Aubrey Plaza, Josh Hartnett, Hugh Grant e em Beekeeper: Rede de Vingança, do ano passado, tínhamos Josh Hutcherson e Jeremy Irons fazendo a vez, em Resgate Implacável Statham tem a companhia do queridinho dos fãs David Harbour (Stranger Things, dos filmes da Marvel Studios) mas que só aparece em umas 3 cenas. 

Então é meio que ele tá sozinhos nessa. E basicamente é isso, por que nada em volta do ator funciona. O roteiro da dupla Sylvester Stallone (que nos anos 90 definitivamente estrelaria esse projeto) e David Ayer (que também dirige o longa), e que é baseado num livro escrito por Chuck Dixon, é bem menos interessante, espirituoso e inspirado que outros filmes que Statham atuou. Mas aqui, ele coloca sua assinatura tradicional: bater primeiro e depois fazer perguntas. Coisa que ajuda, em partes, a esconder um pouco, os tropeços narrativos e é o que meio que compensa (bem de leve e com um pano desse tamanho) a assistir essa história. 

Talvez, Resgate Implacável seja o mais fraco de Statham que estava vindo numa crescente depois de encarar o Megatubarão, não só uma vez, mas duas. O ator estrela o drama de ação como Levon Cade, um trabalhador da construção civil com um passado turbulento, pesado e violento que ele quer esquecer. Ele se dá bem com os chefes, o casal Garcia (Michael Peña e Noemi Gonzalez), a filha deles Jenny (Arianna Rivas), com outros funcionários, mesmo que viva no seu carro e não tem nada demais acontecendo em sua vida fora o trabalho.

Até que um dia a jovem Jenny desaparece e Levon seguindo seu código moral vai atrás para desvendar o que aconteceu. Acho que o roteiro do filme peca em querer introduzir muitas coisas ao mesmo tempo e corre para chegar na parte da porradaria come solta, e que é até bem feita, mas tudo que vem antes (e depois, risos) deixa a desejar. Seja na representação suja da cidade, das gangues dos líderes do submundo do crime, dos criminosos russos que comandam um esquema de tráfico de pessoas. Tudo é mal calculado aqui. 

Dos figurinos exagerados, para o climinha de suspense para o que tá acontecendo, para as atuações constrangedoras, tudo em Resgate Implacável está um tom acima do que deveria para uma produção que tenta espelhar alguma coisa que sim deve acontecer na vida real, sem dúvidas. É como se Ayer ainda estivesse preso na Gotham City que ele criou lá para Esquadrão Suicida e que ele ainda deseja de certa forma retornar.

Afinal, o longa abraça o exagero para pintar essa máfia russa de uma forma “ah eles são doidinhos mesmo”. Da capanga com uma tatuagem na testa da atriz Eve Mauro para o filho do chefe do crime, Dimi (Maximilian Osinski, visto em Ted Lasso) para os dois capangas que vestem roupas de malhar cheia de estampas gritantes (Greg Kolpakchi e Piotr Witkowski) para toda essa história para um outro líder do tráfico (Chidi Ajufo) que senta num trono e parece uma versão mais pobre do Kraven.

E se Resgate Implacável consegue pecar nessa representação dos chamados “vilões”, o mesmo vale para o personagem de Statham que também não consegue se desenvolver propriamente dito. De toda a história e da relação com a filha Merry (Isla Gie) que ele não pode ver depois que a esposa faleceu, afinal, o personagem só lembra da garota efetivamente depois que toda a máfia russa vai atrás dele e dos “entes queridos” e ele precisa realocar a jovem na casa de um amigo, aqui interpretado por David Harbour num cameo completamente gratuito e que não tem função nenhuma na trama além de ser uma muleta narrativa para esperarmos o grande embate de Levon com os chefões da máfia russa. 

Arianna Rivas, Michael Peña e Jason Statham em cena de Resgate Implacável. Copyright: © 2025 Warner Bros. Entertainment Inc. All Rights Reserved.
Photo Credit: Dan Smith

E até mesmo quando a ação começa a ficar desenfreada, e que é até bacana ver Statham saindo no soco com 3, 4 caras ao mesmo tempo, toda a parte que ele precisa investigar o caso do desaparecimento da jovem e o que efetivamente que acontece quando essas meninas são sequestradas é uma coisa bastante monótona de se acompanhar. 

No meio da troca de socos, do visual meio punkrock completamente destoante, das atuações caricatas, Statham realmente se mostra um homem trabalhador e que entrega mais um filme vindo ainda no sucesso de John Wick que estreou já tem mais de 10 anos. 

No final, Resgate Implacável faz um filme que é a máxima definição do mais do mesmo, já vimos essa história, essa história não agrega em nada e não apresenta nada de novo que valha a pena falar: poxa tá aí um bom filme do Jason Statham. Infelizmente não foi dessa vez, onde o que temos aqui é mais um filme do Jason Statham, e não, um bom filme do Jason Statham.

Avaliação: 2 de 5.

Resgate Implacável chega nos cinemas nacionais em 27 de março.

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Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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