quarta-feira, 21 maio, 2025

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Premonição 6: Laços de Sangue | Crítica: O caminhão com troncos passou e a franquia está viva

Quase 15 anos se passaram entre o último filme da franquia Premonição. E isso deu tempo para os filmes anteriores ganharem uma outra sobrevivida e meio que vencerem a morte de serem uma franquia esquecida. Afinal, na busca de Hollywood de reviver projetos do passado, principalmente de terror, era fato que Premonição entraria nesse comboio. Rolou com Pânico, Halloween, A Morte do Demônio, e agora também com Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado (duas vezes aliás). E o caminhão com troncos passou e Premonição 6: Laços de Sangue (Final Destination: Bloodlines,2025) mostra que a franquia está mais viva do que nunca. 

Fica claro que Premonição 6: Laços de Sangue foi feito para quem entende e gosta dos filmes anteriores. Afinal, o filme se comporta como um desses nostálgicos que tem rolado nos últimos tempos: tem easter-eggs dos anteriores, tem novos personagens que vão em busca de respostas com personagens antigos e segue a cartilha de não só homenagear os outros filmes, mas também de seguir com a história para frente. 

Brec Bassinger em cena de Premonição 6: Laços de Sangue Foto: © Warner Bros. Pictures. All Rights Reserved.

E isso fica claro na grandiosa cena de abertura de Premonição 6: Laços de Sangue que bebe da fonte do impactante do primeiro filme (a do avião), a do acidente de carro (do segundo), e da melhor de todas (a da montanha russa) do terceiro. Ao colocar a jovem Iris (Brec Bassinger) e o marido (Max Lloyd-Jones) em visita para uma torre gigantescamente alta e toda de vidro já dava para ver tudo que os produtores, roteiristas e direção planejavam para o número de abertura desse novo filme. E precisava ser alguma coisa muito bem feita, impactante e a altura da franquia. E sim, realmente eles entregam e capricham no que é apresentado aqui.

Afinal é tipicamente uma abertura Premonição, afinal, tudo se encaminha para dar certo para a jovem Iris quando ela e o marido vão participar de uma festa que acontece para celebrar a abertura deste arranha-céu com uma vista espectacular da cidade: ela está grávida, eles estão juntos, e ele propõe sua mão em casamento no meio do deck de observação lá no topo. Tirando a criança pentelha, uma moeda, e claro que uma premonição (e a Morte) que vão atrapalhar os planos. 

Premonição 6: Laços de Sangue acerta ao entregar um filme que brinca com as nossas expectativas de vermos como as mortes vão se desenvolver e aqui sinto que os roteiristas Guy Busick (que trabalhou em Casamento Sangrento, Pânico (5 e 6) e Abigail) e Lori Evans Taylor realmente se empenharam de sair do óbvio em muitas delas depois de ideias meio fracas nos últimos dois filmes da franquia. Seja a de abertura no topo do arranha-céu que colapsa, racha o vidro e mata centenas de pessoas, ou até mesmo em outras passagens no decorrer do filme como uma morte no caminhão de lixo, uma que envolve um caco de vidro, ou até mesmo numa máquina de fazer ressonância (a melhor morte do filme). 

Então, é bacana ir para Premonição 6: Laços de Sangue sem saber muito do que pode acontecer e ser surpreendido pelas doideiras narrativas e pelas reviravoltas que a trama dá na medida que lá no futuro, a neta de Iris (que sobreviveu, conseguiu salvar a todos da tragédia e trapaceou a morte para uma boa parte de pessoas) Stephanie (Kaitlyn Santa Juana) começa ela mesmo a ter visões com o que aconteceu com a avó anos antes. 

E até mesmo para coisas que não deram certo nos outros filmes, Premonição 6: Laços de Sangue nos apresenta igual. Stephanie é uma protagonista mala, daquelas irritantes e que você não consegue ficar totalmente do lado dela ao longo do filme, sabe? Por exemplo eu torcia para todo mundo, seja o irmão dela, Charlie (Teo Briones), para os primos Erik (Richard Harmon, o melhor do filme), Julia (Anna Lore) e Bobby (Owen Patrick Joyner) sobreviverem do que ela. Até mesmo a Tia Brenda (April Telek) ou o pai dela Marty (Tinpo Lee) mereciam sobreviver mais do que ela. 

Não vou dizer quem morre e quem não morre, mas sim, Stephanie não é uma protagonista cativante, mas é quem guia a trama de  Premonição 6: Laços de Sangue. Assim, no meio das premonições, visões, e tentando colocar um pouco de sentido no que acontece, a jovem começa a buscar respostas sobre o que aconteceu anos atrás com a sua avó e tenta desvendar esse segredo de família, onde se conclui que a morte chegou para levar os Reyes-Campbell na ordem que eles nasceram. E com isso, Premonição 6: Laços de Sangue se aprofunda na mitologia que foi criada nos outros 5 filmes anteriores, nos dá alguns easter-eggs de eventos que aconteceram no passado, e coloca Stephanie e seus primos na busca pela mãe dela Darlene (Rya Kihlstedt) que desapareceu há anos, vive isolada ah lá Laurie Strode em Halloween (2018), e tem um livro de anotações com uma linha do tempo e de nomes de pessoas que não eram para ter sobrevivido na queda do arranha-céu.

Richard Harmon em cena de Premonição 6: Laços de Sangue Foto: © Warner Bros. Pictures. All Rights Reserved.

As coisas ao mesmo tempo que acontecem rápido, o filme é curto tem pouco mais de 1h40min, também demoram um pouco para engrenar. Acho que Premonição 6: Laços de Sangue realmente decola quando a família começa a acreditar em Stephanie e a morte começa a agir. E a dupla de diretores Zach Lipovsky e Adam B. Stein (que não fizeram muita coisa além do filme para a TV de Kim Possible) conseguiu também compreender que filme de Premonição tem que ter absurdos, coincidências e não tentar ser um terror mais sério ou dramão.

No meio de cenas que exigem um cuidado com efeitos especiais e práticos, a dupla consegue dosar as mortes brutais com pitadas de comédia, aliado com o texto bem humorado que ajudam essa papagaiada toda a dar certo, principalmente por conta do tatuado Erik em que Harmon realmente rouba todas as cenas que está. Eu veria fácil um spin-off só dele, ou mais dele no filme. 

E na medida que o onipresente na franquia Tony Todd (o falecido William Bludworth em um dos seus últimos papéis) situa o grupo sobre o que eles tão enfrentando e a Morte é último obstáculo a ser vencido, Premonição 6: Laços de Sangue se torna uma corrida contra o tempo divertida, grotesca e com algumas mortes bastante sangrentas e violentas e que fizeram o longa pegar classificação 18 anos por aqui. No final, Premonição 6: Laços de Sangue faz mais do que pode e curiosamente consegue driblar a morte e reviver essa franquia de uma forma que outros títulos de terror lançados no mesmo período não conseguiram. Vá para tomar uns sustos, tentar montar esse quebra-cabeça e passar bons momentos. Eu passei e quero ver de novo.

Avaliação: 3 de 5.

Premonição 6: Laços Sangue chega em sessões de pré-estreia pagas no dia 14 de maio e depois no dia 15.

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Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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