Os Irregulares de Baker Street | Crítica 1ª Temporada: Com intensidade o sobrenatural se encontra com os personagens de Doyle

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Os Irregulares de Baker Street (The Irregulars, 2021) vem trazer um drama sobrenatural que joga um outro olhar em cima da dupla Sherlock e Watson, do escritor Sir Arthur Conan Doyle, e que coloca as crianças de ruas contratadas por Sherlock para lhe ajudar em suas investigações em evidência. Os Irregulares vieram com uma trama própria, cheia de segredos e muita cumplicidade, além de trazer alguém da realeza para reforçar o time.

A série busca mostrar o drama de Bea, que faz de tudo para proteger sua irmã Jess e os amigos Spike e Billy, e todos lutam para sobreviver nas ruas de uma Londres Vitoriana completamente degradada, longe dos holofotes do famoso endereço Baker Street 221B. Nas ruas eles precisam fazer o que for necessário para sobreviver, até mesmo pequenos delitos, mas todos se preocupam com Jess e seus pesadelos.

Foto: Netflix

A série de Tom Bidwell logo faz os jovens se encontrarem com Dr. Watson e a partir daí o sobrenatural toma conta. Mas o melhor é que a todo momento ficamos buscando as referências das obras de Doyle, e os episódios entregam tudo isso, como Mycroft Holmes e sua investigação no Golden Dawn e seu jeito frio e distante, Lestrade e seu jeito cético, a Sra. Hudson e suas cobranças de aluguel, mas aqui ela está ainda mais intensa.

O destino de Sherlock e sua conexão com as meninas é muito boa, e a forma que a série desenvolve esse laço nos faz ficar muito distante e com raiva do detetive, mas aos poucos entendemos o seu lado e como ele está disposto a lutar por seu amor desaparecido. Romance é importante na trama e descobrimos que muito do que Watson faz para Sherlock é por amor, que nunca foi correspondido pelo amigo.

Foto: Netflix

Bea acaba tendo um triângulo amoroso com seu melhor amigo Billy, mesmo que a série não trabalhe bem isso, tirando alguns ciúmes, já que ela se aproxima mesmo é do quieto e inteligente Leo, que é ninguém menos do que Príncipe Leopold, filho da Rinha Vitória. A trama de Leo é ele não ter uma vida interessante, sem amigos e preso no palácio, ainda mais por sua doença.

Os 5 irregulares se metendo nas confusões dos casos de Watson é demais, o lance do roubo dos bebês por corvos, o roubo da fada do dente, a troca de rosto, as cartas de tarot, tudo é muito bem explorado nos episódios, mas temos em Os Irregulares de Baker Street o problema comum da Netflix: episódios longos demais, que renderiam mais se fossem um pouco mais curto, ou se realmente fizesse sentido o excesso de tempo.

A dinâmica entre o elenco é muito boa, Thaddea Graham, Darci Shaw, Jojo Macari, McKell David e Harrison Osterfield estão confiantes em seus personagens e isso entrega mais autenticidade entre o relacionamento deles. Royce Pierreson como Watson ficou intrigante, cheio de segredos, enquanto Henry Lloyd-Hughes poderia ter entregue mais nuances a seu Sherlock.

Foto: Netflix

Os Irregulares de Baker Street tem um mistério sensacional envolvendo a Fenda entre as dimensões, no caso a nossa terra e o purgatório, o que faz liberar os monstros e poderes para essa Londres, e descobrir os envolvidos vai ficando interessante, mesmo que alguns mistérios é facilmente deduzido no meio dos episódios.

Com seus 8 episódios Os Irregulares de Baker Street é uma pedida e tanto para uma maratona, com sua ambientação degradante e seus personagens com falhas, mas que se aceitam nos menores detalhes disso.

Os Irregulares de Baker Street já está disponível na Netflix.

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