Ninguém Sabe que Estou Aqui | Crítica

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    Ninguém Sabe que Estou Aqui (Nobody Knows I’m Here, 2020) chega timidamente na Netflix, o longa é estrelado por Jorge Garcia e tem direção do novato Gaspar Antillo, que ganhou o prêmio de direto revelação no Festival de Tribeca deste ano. E o longa que conta a história de um jovem cantor tem suas peculiaridades, e chama atenção por seu incrível elenco e sua fotografia apaixonante.

    Nadie Sabe Que Estoy Aquí (2020)
    Ninguém Sabe que Estou Aqui | Crítica
    Foto: Netflix

    Em Ninguém Sabe que Estou Aqui acompanhamos o drama do jovem Memo, que mesmo com uma voz de anjo acaba por ser descartado por sua aparência fora dos padrões, e não por não ter imagem desejada pelo estúdio.

    E assim vemos que quem assume o projeto é o colega Angelis, que logo depois alcançaria a fama nos anos 1980. Memo a saber do que aconteceu se isola com o tio durante anos, através de longas cenas, algumas, às vezes, até silenciosas demais, onde acompanhamos os sonhos deste artista, que luta contra sua aparência, e por acontecimentos do seu passado.

    Sua vida solitária com seu tio Braulio (Luis Gnecco) acaba por mudar quando conhece a doce Marta (Millaray Lobos), que ao filmar ele cantando, vê sua vida sofrer uma reviravolta. A medida que Ninguém Sabe que Estou Aqui evolui em sua trama, nós como espectadores, ficamos por esperar que o filme nos entregue uma reviravolta, mas o longa segue seu caminho solitário e triste, onde se preocupa em mudar suas paletas de cores apenas quando quer mostrar alguma alteração nos sentimentos do jovem Memo.

    O filme perde a chance de nos entregar uma excelente reviravolta e mostrar um levante de Memo contra o que realmente lhe aconteceu, o que inclui também, em nosso desejo, que ele se voltasse também contra seu pai Jacinto (Alejandro Goic)… mas neste sentido Ninguém Sabe que Estou Aqui apenas fica a desejar.

    Jorge Garcia in Nadie Sabe Que Estoy Aquí (2020)
    Ninguém Sabe que Estou Aqui | Crítica
    Foto: Netflix

    O longa desperdiça alguns momentos ao ser muito “pé no chão”, até mesmo naturalista, mas ganha em outros detalhes como seu visual, e a fotografia caprichosa de Sergio Armstrong. Encabeçado por um silencioso Garcia por grande parte do tempo, coisa que até chega a ser um pouco incômodo, as escolhas que o filme opta apenas serve para o filme mostrar para espectador o que passa seu personagem nesta história de um personagem que teve voz “roubada”.

    Para mim, infelizmente quando podemos ter a catarse de Memo ao fim do longa, a trama do mesmo não satisfaz o desejo de justiça para o personagem, mas por opção do roteirista, nós podermos apenas imaginar o seu sofrimento e o próprio êxtase em sua conclusão.

    No final, Ninguém Sabe que Estou Aqui entrega um filme extremamente bonito, onde tem suas maiores forças no elenco e na parte técnica, mas peca por diversos outros motivos como pelo seu excesso de naturalidade que acaba por soar incômodo durante o desenvolvimento arrastado de sua trama.

    Nota:

    Ninguém Sabe que Estou Aqui está disponível na Netflix.