Magic Camp | Crítica: Mesmo com 6 roteiristas, filme abusa de todos os clichês e não empolga

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E chegou na Disney+ o longa Magic Camp (2020), estrelado pelo ator e comediante Adam DeVine, que segue na sua empreitada em se tornar o novo Adam Sandler, e aqui novamente entrega os seus maneirismos para o personagem um mágico falido que precisa ajudar algumas crianças a se encontrem no mundo dos mágicos e ilusionistas.

Escrito por seis mãos, o roteiro do longa acompanha a história do jovem Theo (Nathaniel Logan McIntyre), um garoto que era apaixonado por mágica por conta de seu pai, mas que ao perdê-lo, decide deixar a mágica de lado. E tudo muda quando, ele consegue a chance de entrar no acampamento chamado Instituto da Magia para passar o verão. Assim, Magic Camp usa e abusa de todos dos clichês dos filmes de verão americanos que já vimos diversas vezes, e aqui mistura tudo isso com magia e muitos coelhos. Mas o longa dirigido por Mark Waters (Meninas Malvadas, As Crônicas de Spiderwick) nunca engrena propriamente dito e não chega nunca a empolgar.

E talvez DeVine, seja o ator ideal para esse papel, o do mágico falido que guarda mágoas de sua assistente, e que até tem um bom destaque sim, afinal é o protagonista da história, mas o roteiro escrito por Micah Fitzerman-Blue, Noah Harpster, Matt Spicer, Max Winkler, Dan Gregor e Doug Mand simplesmente não nos deixa ficar do lado de Andy Tuckerman, seu personagem.

O time de roteiristas ainda coloca a sua assistente Kristina Darkwood (Gillian Jacobs) em situações que o longa não sustenta. Já quando o foco fica com os jovens disfuncionais da Casa de Copas, que sofrem bullying da equipe rival, a Casa de Ouro – em Magic Camp cada casa é um naipe do baralho – toda essa parte da trama parece que nunca é bem desenvolvida. Eles penam nas mãos dos colegas, se unem como um time, e ganham as provas, mas o outro lado parece que nunca precisa lidar as consequências.

Infelizmente, os roteiristas focam tanto nos problemas de Andy que os dramas dos adolescentes ficam meio jogado de lado ao longo do filme. Magic Camp até tenta desenvolver um pouco cada um deles, mas tudo é muito mal construído e elaborado. Por exemplo, Theo é especialista em cartas e precisou ver que não era só seu pai quem amava vê-lo fazer seus truques, uma das poucas boas passagens do longa em um ensinamento muito bonito sobre não enxergar quem nos apoia. Nathan (Cole Sand) e sua hipocondria poderia ter sido melhor aproveitado, e o seu truque com números até que podemos chamar de legalzinho. Já a jovem Ruth (Isabella Crovetti) como uma maníaca dos coelhos, e que lembra muito a Felicia de Tiny Toon, também tem seus bons momentos. A dupla Judd (Josie Totah) e Vera (Izabella Alvarez) até tem suas histórias contadas, mas que ficam muito de escanteio na trama. Assim, sobra apenas momentos em tela para DeVine que até tem uma certa graça, mas realmente não se sustenta muito em diversas das cenas.

Magic Camp soa mais do mesmo, afinal, já vimos várias tramas de acampamento de verão que se saíram melhor em seu desenvolvimento, como Camp Rock, Operação Cupido, Turma da Pesada entre outros…

No final, Magic Camp entrega uma história de um acampamento sem sal, mesmo que tente apostar na diversidade de seu elenco que até que se entrosarem de uma maneira bacana na tentativa de entregar um filme de superação, mas que no final apenas deixa a desejar.

Avaliação: 2 de 5.

Magic Camp está disponível no Disney+.

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