Heartstopper | Crítica 1ª Temporada: Adaptação dos quadrinhos é divertida, sensível e apaixonante

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Baseada na obra de Alice Oseman, a Netflix estreou nessa sexta (22) a série adolescente Hearstopper, e com ela trouxe uma quantidade absurda de doçura, amizade e amor. A série estrelada por Joe Locke e Kit Connor é gostosa de acompanhar, super leve e cheia de pequenas, mesmo que previsíveis, reviravoltas, que apenas nos faz gostar cada vez mais de Charlie e Nick.

É muito gostoso ver em uma série o desenvolvimento amoroso, os medos e anseios de dois jovens que só querem poder amar e estarem juntos e poder contar com os amigos e família, e isso contado de forma leve e sem floreios, ou melhor, com muitos espalhados em formas de animação pela tela, só que contado com pé no chão e muito carinho.

Em seus 8 episódios, Heartstopper faz uma série adolescente sobre mudanças e escolhas, mas também coloca a cabeça de um adolescente em plenas mudanças, sofrendo bullying tão forte que os pais precisam interferir na escola e com o tempo ele acaba se isolando e acreditando que é um lixo na vida das pessoas, e isso coloca Charlie em um relacionamento abusivo com Ben (Sebastian Croft), que só quer trocar uns beijos escondido.

Oi…

Ao cruzar pelo caminho de Nick, Charlie começa a encontrar uma amizade sincera, cheias de conversas e alguns dedos, pois o seu carinho começa a ser correspondido. A condução disso é muito primorosa, a forma como a série mostra as dúvidas de Nick e também os medos de Charlie em estar com alguém e poder voltar todo o assédio, é muito tenso de acompanhar, então os primeiros toques, abraços e até o primeiro beijo, é de tirar o fôlego, e se soma a isso a escolha em manter a parte gráfica dos sentimentos em tela.

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Imagem: Netflix

A cada episódio o relacionamento deles vai crescendo e a série sabe abordar isso, assim como acaba mostrando a dificuldade dos amigos em imaginar ver Charlie sofrendo novamente, e a rivalidade aqui é entre Nick e Tao, que não quer o amigo na mãos dos valentões do rúgbi. Amigos também são amor e proteção, e família acaba sendo importante, mas não é abordada em muitos momentos.

A parte da família de Charlie é mostrada em 2 momentos pelas preocupações do pai dele, que tem sempre um ombro amigo, e pelas falas esporádicas da irmã Tori (Jenny Walser), que é importante no final e conseguiu me levar as lágrimas em um momento de apoio ao irmão. Da mesma forma temos aqui a maravilhosa Olivia Colman como Sarah Nelson, mãe de Nick, que também dá o apoio necessário ao filho, deixando claro que ele é muito amado.

Heartstopper é cheia dos pequenos clichês, mas é delicioso ver isso assim em uma série LGBTQ+, mostrando o amor e carinho entre dois jovens que só querem ser felizes. Nick e Charlie ainda passam por provocações de alguns valentões, mas estar junto e ter o apoio dos outros apenas os fortalecem.

Amigos…

Charlie tem sua rede de proteção com Isaac, Tao (William Gao) e Elle (Yasmin Finney), e a forma como eles se unem para enfrentar as coisas é muito bonita, pois passaram por tantas coisas, como o assédio de Charlie e a obrigação de Elle sair da escola de meninos, a Truham, e ir para Higgs, uma escola de menina, depois de sua transição completa para uma mulher trans. Isso é levado e discutido de forma muito sensível, e ainda conhecemos as namoradas Tara e Darcy, que resolvem expor sua relação de forma a serem mais livres.

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Imagem: Netflix

As relações são sempre importantes em Heartstopper e acompanhar elas crescendo é delicioso. Por mais que a série foque no excesso de proteção de Tao para Charlie, é ótimo ver ele e Elle tendo algo sendo desenvolvido e podendo render mais em uma nova temporada, se a série tiver. Da mesma forma, vemos como Darcy (Kizzy Edgell) procura dar forças a Tara (Corinna Brown), que está em sua primeira relação e se assumindo lésbica recentemente, e tendo que aguentar as piadinhas, esse estopim é importante para Nick se apoiar e se entender.

Gostaria de ver melhor desenvolvido é Isaac (Tobie Donovan), que ficou muito de escanteio, apenas lendo livros. E também entender mais de como Ben se vê nessa história, não apenas ser o inconveniente e o tóxico que só quer dar uns amassos escondidos.

A participação de Billie Porter como o professor que dá abrigo e suporte e Charlie também foi bem pontual.

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Imagem: Netflix

Heartstopper é uma graça de se acompanhar, não traz frescor ao gênero drama adolescente, mas a sua condução e o carinho pela trama e seus personagens deixa a série tão deliciosa de se acompanhar por seus 8 episódios, que poderiam ter mais e desenvolver outros aspectos dos outros personagens.

Heartstopper tem seus 8 apaixonantes episódios disponíveis na Netflix.

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