Flora & Ulysses | Crítica: Trama simpática une animais com gênero de super herói

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Flora & Ulysses (2021) retira uma página dos filmes de super-herói que deram uma tonelada de dinheiro para a Disney nos últimos anos e entrega uma aventura divertida, agradável de ver e por que não fofa. Em resumo, o longa está dentro do padrão do que se espera para uma produção do estúdio, e claro, para o Disney+.

Com nomes conhecidos da comédia, alguns até bem inusitados para certos papéis, eu diria, Flora & Ulysses abusa de referências para a cultura pop, e para outros projetos que seus atores já participaram, para contar essa história de um esquilo que ganha super poderes. 

Baseado no livro infantil da autora Kate DICamilo, Flora & Ulysses faz bem mais que uma aventura infantil sobre a origem de um super-herói, aqui no caso não temos uma bilionário que ganha uma armadura super tecnológica, ou um Príncipe africano que recebe o legado de seus ancestrais, temos apneas um esquilo, sim um pequeno roedor, que ganha seus poderes depois de ser sugado por um aspirador de pó eletrônico, em um dia qualquer, e sim entrega um filme sobre a importância da família e das relações que criamos e deixamos de criar.

Flora & Ulysses se apoia num timing cômico de seu elenco adulto incrível e que ajuda a nossa protagonista Flora a contar essa história e como o esquilo Ulysses muda sua família para sempre. Acho que o longa serve para uma história de amadurecimento tanto para a figura humana quanto para a figura animal do título. Ambos tem suas incertezas e seus desafios para serem superados e assim juntos embarcam nessa trama bem sessão da tarde e que deve servir para apresentar a ideia e o conceito de super-heróis para os menores. 

Flora & Ulysses | Crítica
Foto: Disney+

Para os adultos, Flora & Ulysses deve agradar mais quem já acompanha os atores há mais tempo, como eu, e consiga os ver em outros papéis, onde muitos deles, são bem diferente do que eles já andaram por fazer. E o filme, e a produção entendem isso, e brincam com diversos easter-egg, seja sobre a participação da atriz Alyson Hannigan no seriado Buffy, a Caça-Vampiros (1997-2003) ou o fato que os atores Ben Schwartz, Danny Pudi e Kate Micucci dublaram personagens na animação DuckTales: Os Caçadores de Aventuras (2017-2021), ou até mesmo de outros livros da autora que pipocam como referência no filme.

Tudo isso aparece no filme juntamente com outros super-heróis da Marvel e personagens da Disney, apenas deixam o filme com um sentimento que foi feito com uma preocupação gigante nesses pequenos detalhes, mesmo que em si não seja um grande filme. Mas com pequenos poderes vem grandes responsabilidades. E mesmo que Flora & Ulysses não seja ótimo, isso não tira o mérito do longa de ser apenas bom, de maneira nenhuma, apenas, que já como adulto talvez nossas concepções e visões de mundo sejam diferentes do público alvo do filme que deverá se divertir demais com as aventuras do esquilo Ulysses por aí. Aliás, uma das minhas cenas preferidas no filme fica quando vemos o jovem Flora (Matilda Lawler), seu pai George (Schwartz) e o Ulysses numa lanchonete, e o esquilo sai voando por aí após adquirir seus poderes, e faz a vida da pobre garçonete Rita (Micucci) um inferno.

Flora & Ulysses | Crítica
Foto: Disney+

São nesses pequenos momentos, nessas estripulias, entre Schwartz e Lawler, que estão ótimos juntos e realmente entregam engraçadas passagens, é que Flora & Ulysses cresce e acerta, onde a diretora Lena Khan consegue captar de forma extremamente natural esses momentos mais descompromissados que o roteiro de Brad Copeland tenta passar. Para um olhar mais velho, claro, muito dos arcos narrativos e algumas das motivações dos personagens podem soar cansativos ou até mesmo banais, seja toda parte que envolve a pausa no relacionamento entre os pais de Flora, a escritora Phyllis (Alyson Hannigan que entrega quase uma prima de sua personagem Lily na série How I Met Your Mother) e o artista com bloqueio criativo George (Schwartz) que tentam fazer o casamento dar certo e não frustar a filha, ou ainda os problemas do seu amigo e vizinho esquisitão Wiliam (Benjamin Evan Ainsworth de A Maldição da Mansão Bly), ou até mesmo, a incansável busca do moço do controle de animais (Pudi, incrivelmente engraçado) que vai atrás do esquilo, serve como o grande vilão do longa e serve também para movimentar a trama e colocar os personagens numa missão de salvar o esquilo super-poderoso.

Acho também que Flora & Ulysses consegue se desvincular desses problemas e realmente, com um toque Disney inigualável, consegue se sobressair dos últimos projetos do estúdio como problemático Artemis Fowl (2020) o tedioso O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos (2018) e o fraquinho Um Extraordinária Garota Chamada Estrela (2020).

No final, Flora & Ulysses não só fazem uma dupla inesperada, mas também, como filme, entregam uma boa e divertida surpresa e que deve agregar bem o catálogo da plataforma. Depois de assistirem, e lerem nossos posts de teorias, sobre o novo episódio de WandaVision da semana, deem uma chance para Flora & Ulysses que pelo menos algumas boas risadas serão dadas. Ao infinito e além, se você for um esquilo com uma capa.

Avaliação: 2.5 de 5.

Flora e Ulysses chega no Disney+ em 19 de fevereiro.

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