Fada Madrinha | Crítica: Bibbidi-bobbidi-boo junte isso tudo e teremos então… um encantador filme

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“Realidade é muito mais interessante que o felizes para sempre”… E olha eu não me divertia com um filme live-action da Disney tem um bom tempo, tanto que eu nem me lembro mais quando foi. Um filme original Disney, com atores reais, sem ser animação, e principalmente, sem ser adaptação de uma história já contada, sabe?

E aqui Fada Madrinha (Godmothered, 2020), como mágica, entrega isso. Um acerto e tanto como usar a frase “Bibbidi-bobbidi-boo” para transformar uma gata borralheira em uma princesa. E tudo isso não se dá pela combinação feitiço, vestido e carruagem mágica, e sim por conta de boas atuações, um roteiro afiado e claro, o bom pozinho mágico da Disney.

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Fada Madrinha | Crítica
Foto: Disney+

E realmente, o grande nome aqui é o da atriz Jillian Bell, que em Fada Madrinha é pura comédia e realmente é a responsável pelo filme dar tão certo. Bell roubou as cenas como a protagonista de A Maratona de Brittany (2019) e agora rouba novamente nesse live-action da Disney. Bell tem um carisma que radia em tela e nos fazer divertir com sua personagem, a fada em treinamento atrapalhada Eleanor que parte em missão para realizar o sonho de uma garotinha e vem para o nosso mundo, o mundo real, para a encontrar. Mas acontece que Mackenzie não é mais uma menina sonhadora que escreve cartinha para sua fada madrinha, e sim uma mãe solteira (Isla Fisher) com um trabalho exaustivo em um canal de notícias que está em 5º lugar na audiência, um chefe detestável (Utkarsh Ambudkar), duas crianças e muitas responsabilidades como mãe. 

E sim, Fada Madrinha lembra muito outro longa da própria Disney, o Encantada (2007), mas aqui entrega um outro tipo de história, uma que segue menos os padrões clássicos do estúdio, e que abraça ainda mais, a vida real do que Encantada fez há mais 10 de anos. O mais interessante aqui é ver que a Disney segue na sua desconstrução e novamente atualiza seu lema do “Felizes para sempre”, e pelas mãos da diretora Sharon Maguire, da franquia O Diário de Bridget Jones, isso é possível mais uma vez.

Em Fada Madrinha, as roteiristas Melissa Stack e Kari Grandlund, utilizam o bom humor e o talento cômico de Bell para contar sim essa história sobre uma fada madrinha em missão para dar o felizes para sempre para sua protegida, mas também nesse meio tempo elas também desenvolvem um arco próprio para Eleanor que cresce e amadurece também como pessoa, ou fada no caso.

E para isso, o filme constrói a relação entre Eleanor e Mackenzie de uma forma muito bacana. É quase como um filme de dupla, sabe? A Eleanor de Bell é otimista, cabeça de vento e que vê o copo quase cheio, já a Mackenzie de Fisher (que também está ótima) é a pessimista, assolada por seus problemas e fechada para o mundo. E assim, a vida das duas muda, com a chegada de Eleanor, para melhor, e claro, o longa brinca com toque de mágica que a fada atrapalhada traz para Mackenzie e suas filhas, as jovens Jane (Jillian Shea Spaeder) e Mia (Willa Skye), e faz com que o filme acabe por ser tão gostoso de assistir.

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Fada Madrinha | Crítica
Foto: Disney+

Em Fada Madrinha, eu não vi o tempo passar, e queria que a história, por qual caminho ela fosse, continuasse só para eu ver mais Eleanor aprontar no mundo real, seja para ver personagem interagir com a assistente virtual Siri, aprender a jogar bilhar num bar em Boston, ou ainda usar seu bom coração para ajudar uma garotinha a superar a morte de seu pai através da música. As cenas que a personagem se comunica com a colega de quarto, a fada debochada Agnes (June Squibb, num papel divertidíssimo) que está na Terra das Fadas, um lugar que está um passo de desparecer pois as pessoas não acreditam mais em fadas e felizes para sempre, também são muito boas.

Aqui, a grande questão do filme não é dar um par romântico para a protagonista, e a envolver em um “felizes para sempre” tradicional, mesmo que Eleanor banque a cupido com Mackenzie e a jogue para cima do colega de trabalho na estação de TV, o produtor Hugh Prince (Santiago Cabrera), mas sim de fazer mudanças na vida da protegida, e ao mesmo tentar desenvolver suas habilidades como fada, não necessariamente nessa ordem e nem nessa intensidade. Toda a trajetória de Eleanor no mundo real movimenta a trama e faz com que ela aprenda mais sobre si, ao mesmo tempo que lida com a garotinha, que agora é uma mulher adulta que ela deveria atender os pedidos e desejos.

No final, Fada Madrinha faz uma divertida e mágica aventura Disney com um carisma e doçura que só poderia vir no estúdio do Mickey.

Avaliação: 3.5 de 5.

Fada Madrinha chega no Disney+ em 4 de dezembro.

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