Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes | Crítica: Aventura medieval diverte e é feita para os fãs

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Muito tem se falado, e esperado, de Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes (Dungeons & Dragons: Honor Among Thieves, 2023). Afinal, se tem um desenho que está presente no imaginário do brasileiro é o seriado animado Caverna do Dragão que passava à rodo na TV brasileira e famoso por nunca exibir seu final. Anos depois, um comercial de TV apelou para a nostalgia, e os fãs do jogo de RPG continuaram a manter a esperança de uma nova adaptação para os cinemas… até que os dados rolaram e esse momento chegou. 

E a dupla de diretores Jonathan Goldstein e John Francis Daley, do excelente A Noite do Jogo conseguem, no meio de tanta expectativa, de tanta desconfiança, entregarem em Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes uma aventura medieval divertida e que dá a chance para o elenco escolhido aqui de entregar boas passagens no meio de easter-eggs, batalhas épicas e a criação de um novo mundo mágico muito interessante.

Foto: Paramount Pictures

Acho que Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes se sai muito melhor quando não têm se colocar numa caixa e seguir o que deu certo em Caverna do Dragão, por exemplo, e sim apresentar esse novo grupo de personagens e essa história nesse mundo cheio de magos, objetos mágicos e criaturas animalescas falantes e tudo mais.

Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes faz uma introdução para esse mundo visualmente convidativo, épico, e cheio de seres perigosos em que não perde tempo em logo nos apresentar para o galanteador, com ares de golpista e nada confiável, Edgin (Chris Pine), o protagonista da história, que aqui nos apresenta para essa história quanto está preso em uma colossal prisão no meio da neve ao lado da ranzinza Holga (Michelle Rodriguez), onde os dois planejam como fugir do local depois de alguns bons meses trancafiados lá.

Então, Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes meio que une tudo que andou por fazer sucesso no gênero nos últimos tempos, principalmente na TV com Game Of Thrones e Stranger Things, e até mesmo porque não no cinema com o filme dos Guardiões da Galáxia, e coloca um bando de personagens carismáticos para andar por aí em missão e missão.

É coisa mais original que poderíamos ter? Claro que não, mas Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes faz um bom trabalho com (as peças) que tem disponível. Assim, o roteiro deixa claro que em cada local visitado o nível de ameaça cresce, eles precisam resolver problemas menores até chegarem no momento que uma grande ameaça chega e os força a confrontarem não só ela, mas também diversos de seus outros problemas pessoais ao longo do caminho.

E o texto de Goldstein, Daley e Michael Gilio trabalha para criar esses conflitos, e dar para esses personagens contextos e arcos narrativos para não deixar o longa com o jeitão ”grupo de pessoas que usam mágica para resolverem seus problemas”.

Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes cria toda uma história de porque o malandro Edgin quer ir atrás de um objeto mágico perdido há anos, e por que ele recruta outros personagens para trabalhar nessa missão ao seu lado, como sua melhor amiga Holga (que também tem seus problemas apresentados e desenvolvidos no longa), Simon (Justice Smith), um aprendiz de mago sem muitas habilidades e que precisa confiar em si mesmo, a druida com habilidades de transformação, a shapeshifter debochada, Doric (Sophia Lillis).

E meio que o roteiro trabalha com isso para basicamente todo o elenco principal ter suas histórias contadas na medida que eles se reúnem enquanto precisam ir atrás desse objetivo em comum na medida que além de enfrentarem os mais diversos tipos de ameaças como dragões, exércitos do mal, e sacerdotes com marcas na cabeça e roupas vermelhas, eles precisam também enfrentarem a si mesmos. 

Foto: Paramount Pictures

Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes pode até demorar um pouco para engrenar, mas quando todos esses personagens estão junto na busca do tal objeto, o roteiro de Goldstein, Daley, e Gilio garante que vamos passar bons, e hilários, momentos com eles.

E fica claro que o roteiro é a coisa mais afiada em Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes depois da espada de alguns dos personagens. O texto é dinâmico com a história, estruturalmente simples, mas que se esforça em apresentar tudo isso, onde temos todos muito bem em cena.

Em uma delas, o grupo encontra a ajuda de uma espécie de sacerdote espiritual chamado Xenk (Regé-Jean Page, que faz uma transição bacana do mundo da TV para o dos cinemas), onde eles usam um pouco de mágica para fazer defuntos falarem sobre a localização de um objeto. Mas como estamos nos mundo de D&D essa magia tem regras a serem seguidas, e os zumbis só podem responder perguntas, e uma quantidade específica delas, antes de voltarem para seu merecido sono. 

A passagem, exibida na CCXP 2023 durante o painel do longa no elenco, foi a cena que me deixou empolgado para o filme, já que minha preocupação com Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes, até aquele momento, era um pouco grande. Mas Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes, por mais tenha exibido uma das suas melhores cenas no evento, deixa claro que é com ela que vamos ter o tom do filme, onde a reunião do grupo no meio da noite, onde cavam as covas por ai, é o que dita o que você pode esperar do filme. 

E todo mundo dá o seu melhor no filme. Do canastrão, mas que parece ter aproveitado todo o momento Hugh Grant como Forge (Hugh Grant), um ex aliado do grupo, que agora controla a vila que os personagens vivem e serve como se fosse um tipo de prefeito do lugar, e também cuida da filha de Edgin, a jovem Kira (Chloe Coleman), até mesmo a figura misteriosa e completamente vilanesca da conselheira Sofina (Daisy Head).

Todos tem seu espaço nesse tabuleiro divertido que Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes cria. E a trama se garante em apresentar uma narrativa como uma de um videogame, como falamos, onde temos que superar desafios e obstáculos até chegarmos no vilão e na grande ameaça do longa. 

E para os fãs, Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes é um mar de pequenos agrados em forma de monstros conhecidos dos jogos, de referências, e de easter-egg ao longo do filme, e que amplificam essa experiência na medida esses personagens precisam enfrentar um labirinto para saírem de lá com vida. 

Avaliação: 3.5 de 5.

Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes chega em sessões de pré-estreia no final de semana e chega oficialmente em cartaz no dia 13 de abril.

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