Disque Amiga para Matar | Crítica da 2ª Temporada

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    A primeira temporada de Disque Amiga Para Matar foi uma das boas surpresas em 2019, numa série com um humor afiado e atuações “matadoras” de suas protagonistas. E o segundo ano, disponível na Netflix, tinha uma missão gigante: manter o ritmo visto lá nos primeiros episódios e não fazer a peteca cair. E Disque Amiga Para Matar consegue fazer isso de uma forma incrivelmente bem feita.

    A essência da série continua lá, a química entre suas atrizes principais também, e Disque Amiga Para Matar dá um salto para se aprofundar na dinâmica entre Judy (Linda Cardellini) e Jen (Christina Applegate) de uma forma ainda mais cativante e surrealmente muito mais pirada e divertida.

    Christina Applegate and Linda Cardellini in Where Have You Been (2020)
    Disque Amiga Para Matar | Crítica da 2ª Temporada
    Foto: Netflix

    Disque Amiga Para Matar não dá sossego para nossas protagonistas, e as vemos novamente ligadas no 220V, onde, claro, elas provocam todo um rastro de destruição por onde passam, e vemos uma espiral de maus eventos as cercarem. O novo ano faz como se fosse um fio de telefone embolado, onde ao tentar arrumar uma parte, elas bagunçam todas as outras. É como uma das personagens diz, logo nos primeiros episódios, “Aonde quer que você vá, o caos vai atrás.

    E essa é a definição máxima que Disque Amiga Para Matar aplica em seus novos episódios: caos descontrolado. Por mais que Judy e Jen tentem se livrar de seus problemas, eles parecem que estão ali para criar mais problemas, como uma medusa com diversas cabeças que crescem desenfreadamente quando elas tentam matar uma delas. Seja por conta de um animal feito de cerâmica, um freezer barulhento, ou postagens no instagram… tudo leva a dupla a se enrolar cada vez mais nos seus erros, num círculo eterno que deixa as duas presas e oscilando entre culpa e luto.

    O mais interessante é ver como a dinâmica de Disque Amiga Para Matar muda em relação ao que vimos no primeiro ano, onde os papéis de Judy e Jen mudaram, mas de uma forma que continuam fieis para a essência da série, afinal, o peso de um segredo que vai corroendo os personagens continua sendo o maior pilar da comédia.

    No segundo ano é a vez de Jen (Applegate, fantástica) guardar informações matadoras de Judy (Cardelinni, ainda mais excêntrica), o que leva essa mãe dos subúrbios a abraçar a loucura e o improviso para resolver as coisas ao longos dos novos episódios. A relação entre as duas protagonistas parece evoluir na medida que elas percebem a força da amizade deles tem e ainda discutem a relação que desenvolveram nos últimos meses.

    Christina Applegate and Linda Cardellini in Between You and Me (2020)
    Disque Amiga Para Matar | Crítica da 2ª Temporada
    Foto: Netflix

    No novo ano, as situações se invertem, a série perde não perde o ritmo, e isso é um dos maiores destaques do novo ano, que faz episódios incríveis como o 2×04 – Between You and Me, 2×06 – You Don’t Have To, 2×09 – It’s Not You, It’s Me, e o final de temporada 2×10 – Where Do We Go From Here. Disque Amiga Para Matar continua a falar sobre luto, novas chances e recomeços de uma forma divertida, ácida e com um texto caprichado que dá o tom para o humor mais sarcástico da série.

    Claro, o segundo ano da comédia se apoia em muito mais coincidências, e algumas das surpresas que a produção reserva são até um pouco previsíveis, mas que servem para fazer a trama girar e deixar a história ainda mais maluca. Seja a introdução do irmão gêmeo de Steve, o inocente Ben (James Marsden, hilário e vivendo um bom ano com o filme Sonic e a série Mrs. America), a chefe de cozinha Michelle (Natalie Morales), e ainda um maior aprofundamento para a detetive Perez (Diana Maria Riva) que não dá descanso para as nossas protagonistas até conseguir concluir suas investigações.

    Disque Amiga Para Matar, em sua segunda temporada, consegue aparar boas partes das questões delicadas deixadas lado no final do ano 1, e consegue ainda introduzir novos peças para esse quebra cabeça que promete um possível terceiro ano ainda mais divertido por todas as voltas que a história deu até aqui.

    No final, Disque Amiga Para Matar faz uma grande risada do universo que une esses personagens em situações cíclicas e que se repetem mesmo que a série não perca a sutileza e agradabilidade. Disque Amiga Para Matar mantém sua fórmula sem deixar o ritmo cair e entrega uma sequência de novos episódios viciantes, divertidos e com ótimas atuações. É 0800-imperdível! 

    Disque Amiga para Matar tem disponível suas duas temporadas na Netflix.

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