Din e o Dragão Genial | Crítica: Animação usa fórmulas conhecidas para trazer ensinamento sobre a importância de sua origem

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A Netflix comprou a distribuição de Wish Dragon da Sony Pictures Animation e o lançou em seu serviço com o título em português de Din e o Dragão Genial (2021), e assim ela agrega mais uma animação de peso sobre origens e o desejo de sempre manter os pés em suas raízes e cultura, assim como foi com A Caminho da Lua (2020). Chris Appelhans, o diretor do longa, foi ilustrador de produções como Coraline e o Mundo Secreto e A Origem dos Guardiões e em sua experiência traz personagens cativantes.

A história de Din e o Dragão Genial é muito simples, sem muita invenção, é sobre um garoto solitário que vê sua melhor amiga ir viver uma vida cheia de requintes longe da vila em que cresceram com uma promessa de nunca se esquecerem, e ele vê a chance de estar novamente perto dela ao encontrar um dragão que pode lhe realizar 3 desejos. O longa acaba sendo uma montagem moderna e oriental de Aladdin focado na amizade e nas origens simples, onde as riquezas não trazem felicidades.

Din (Jimmy Wong) é estudioso, respeita a família e ama sua origem, mas longe de Li Na (Natasha Liu Bordizzo) ele não consegue pensar muito bem, seu foco é encontrá-la novamente, mas ela já está longe de tudo isso após 10 anos e vivendo de sua fama e do dinheiro do pai. O encontro com o dragão Long (Jimmy Wong) só o faz pensar em estar perto dela, e seus desejos são gastos nessa busca incansável de ser aceito e lembrado.

Enquanto Long quer ser usado rapidamente para ele se ver livre de seu bule de chá, Din quer pensar bem no que fazer, mas eles correm contra o tempo já que um homem quer o bule a qualquer custo para satisfazer os próprios desejos. Os capangas ficam o tempo todo no pé de Din, que são deliciosamente clichês, com o esperto de poucas palavras, o grandão fofo apaixonado por animais, e o baixinho de atitudes exageradas, mas sempre caindo por conta da estatura, trazem uma reviravolta para sabermos o chefão deles que não foi tão surpresa assim, e sua motivação foi rapidamente explicada.

O legal é que Long conhece a vida de Din e vê na simplicidade o carinho que todos tem e é então que ele começa a perceber o real valor das coisas, e sua história ao ser revelada desde sua vida anterior, sua morte e o castigo como dragão gênio, é de uma sutileza muito interessante. É dessa simplicidade também que Li Na acaba se aproximando ainda mais de Din e entendendo que era mais feliz quando morava na vila com ele e todos os vizinhos.

Ao falar sobre ter consciência de sua origem, toda a conversa entre Din e sua mãe (Constance Wu) é sempre cheia de emoção e respeito, e o longa busca reforçar isso a todo instante, e quando conta a história de Long, mostra como ele não se dava a esse respeito, e por isso sua família não estava ao seu lado no pior momento quando era humano.

A parte gráfica de Din e o Dragão Genial é sensacional, o desenho dos personagens chama a atenção e a animação tem uma fluência muito boa, agora se na parte gráfica o longa nos envolve, na parte musical ele não é um filme muito empolgante, por sorte sua história é contada de uma forma consistente. A direção de Chris Appelhans é muito certeira e entrega muito bem o roteiro que escreveu ao lado de Xiaocao Liu.

Din e o Dragão Genial não traz a mais inovadora das histórias, mas entrega muito bem o que promete, nos diverte e empolga nas cenas de luta e perseguição e nos envolve nos dramas familiares e de amor.

Avaliação: 3 de 5.

Din e o Dragão Genial está disponível na Netflix.

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