Redes de cinema dos EUA querem boicotar Universal Pictures por conta do lançamento de Trolls 2 em VOD

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    Parece que o kisuco ferveu lá nos EUA. Desde do lançamento de Trolls 2 em VOD lá nos EUA, a relação entre a gigante Universal Pictures e os distribuidores de cinema do país parece que azedou….

    As grandes redes de cinema prometeram retalhação no começo do mês… e depois que o estúdio afirmou que Trolls 2 gerou uma receita de mais de 90 milhões de dólares, e que superou o faturamento do primeiro filme lançado nos cinemas, as principais cadeias de cinema dos EUA anunciaram medidas severas contra a empresa.

    Das 5 maiores redes de cinema nos EUA e Canada, duas delas, as com mais cinemas, anunciaram que pretendem boicotar os próximos filmes do estúdio por conta da quebra da janela de exibição dos filmes. Nos EUA, os distribuidores pedem um prazo de 90 dias para o filme ficar em cartaz, antes de ser colocado em outras plataformas. Trolls 2 foi lançado pelo preço de U$ 19,99 no começo de Abril.

    No final do dia 28, a Rede AMC (com mais de 8.000 telas em 600+ salas de cinema) afirmou que “não irá mais exibir nenhum dos filmes da Universal Pictures nos nossos mais de 1.000 cinemas ao redor do mundo”, conforme comunicado assinado pelo CEO da empresa, o executivo Adam Aron.

    A nota, via Deadline, afirma que “o veto irá se estender para qualquer um que abandonar a corrente prática do mercado”. Confira no original em inglês aqui.

    Na mesma noite, a Universal Pictures, já em modo de contenção de crise, emitiu um comunicado dizendo que “absolutamente acredita na experiência nos cinemas”, mas que também “a partir de agora, planeja lançar os filmes tanto nos cinemas como nas plataformas digitais quando achar conveniente” .

    A Universal Pictures faz parte do Grupo Comcast que lança agora em Julho a plataforma de streaming Peacock. E ontem mesmo também o estúdio anunciou que a comédia The King of Staten Island chegará nas plataformas digitais americanas em junho.

    E mesmo com os ânimos exaltados ontem, hoje foi a vez da Regal Entertainment, a segunda maior rede dos EUA com 7.000 telas e mais de 500 salas, afirmou que considera a decisão da Universal Pictures “completamente inapropriada” e também não irão “exibir filmes que desrespeitam a janela de lançamento”. Leia o comunicado em inglês aqui.

    Mas o que irá acontecer quando chegar o momento da Universal Pictures lançar seus próximos grandes filmes, os chamados blockbuster. O primeiro do estúdio é A Lenda do Candyman em Setembro, já o longa 007 – Sem Tempo Para Morrer chega em Novembro pela United Artists Releasing, mas a Universal Pictures cuida da distribuição ao redor do mundo. Para 2021, o estúdio ainda tem Velozes e Furiosos 9, Minions 2 e Jurassic World 3… como será que ficará a relação entre o estúdio e as redes de cinema?

    E será que as redes de cinema irão apontar suas armas para a Warner Bros também? O estúdio planeja lançar a animação Scooby! O FIlme nas plataformas digitais americanas em Maio… Será que as redes de cinema irão boicotar grandes lançamentos do estúdio como Mulher-Maravilha 1984, a franquia Animais Fantásticos, e os outros filmes da DC?

    O mesmo vale para a Disney que já mandou Artemis Fowl para o Disney+. e que vira e mexe tenta mudar a dinâmica sobre a % de faturamento nos ingressos, como vimos em Capitã Marvel e Vingadores: Ultimato, e aqui no Brasil com Viva – A Vida É Uma Festa?

    Talvez o futuro dos cinemas seja realmente focado em grandes blockbusters e deixar os filmes menores para as pessoas verem em casa. Isso porque nem tocamos no assunto dos filmes de arte e de médio porte.

    O coronavírus chegou para mudar as relações em Hollywood onde todos parecem tentar se proteger ao máximo e sentir o menor dos impactos possíveis. Vamos ver como será daqui para frente.

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