After | Crítica

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Grande parte dos romances teen, principalmente aqueles para adolescentes com hormônios à flor da pele e sonhadoras, nos levam para o filme After (2019). After, entrega e faz aqui, o ápice das histórias amorosas envolvendo tramas juvenis e seus primeiros amores, paixões e relacionamentos na vida adulta.

Assim, a produção marca mais um capítulo de um projeto que começou com a adoração desenfreada por uma banda, que levou para a criação de uma história envolvendo um dos cantores com fama de bad boy em uma plataforma de conteúdo colaborativo, até chegar, enfim, a virar livro e agora, uma adaptação para os cinemas.

Josephine Langford in After (2019)
After – Crítica | Foto: Diamond Filmes

O projeto After tem muito chão percorrido, e se mostra uma produção madura o suficiente para falar com o público de hoje. Mas não se engane, After é tipicamente um filme teen, tem romance fantasiosos, tem a influência das redes sociais, e ainda, se mostra uma nova adaptação para a mesma história contada pela autora Anna Todd, só que agora em uma plataforma nova, o cinema.

A história de Tessa e Hardin, chega nos cinemas em um momento de libertação de valores sobre o que é aceitável para um relacionamento entre duas pessoas, principalmente para aqueles mais jovens. Diferente do livro, o After dos cinemas, faz uma versão água com açúcar de si mesmo, sem as polêmicas que fez a obra ser tão comentada e discutida on-line ao longo dos anos.

After pode ser visto como um grande piloto de série teen, dessas que invadem toda vez a temporada, em que os canais de tv e serviços de streaming tentam fisgar o público todos os anos, com jovens cheio de carisma e com uma beleza surreal. A última que deu certo, mesmo que aos trancos e barrancos, foi Riverdale, que agora termina sua terceira temporada.

Aqui, na produção, conhecemos Tessa (Josephine Langford, esforçada), uma jovem recém saída do colégio que chega na faculdade em busca de conhecimento, novas experiências, e enfim, conhecer o mundo. Assim, logo de cara, vemos que em After nada é sútil, tudo, desde da apresentação dos personagens, da trilha sonora escolhida, até a tonalidade das cores usadas na edição, o que faz do filme o doce perfeito para os jovens sedentos para ver a adaptação do seu livro em tela.

Com uma trama que une um mix de Nunca Fui Beijada (1999) com Ela é Demais (1999), o roteiro de After, entra num caminho mais dramático com situações típicas de qualquer produção focada para os adolescentes, com vários os primeiros, as festas universitárias, as drogas recreativas, a busca por uma identidade própria, e claro sexo!

Hero Fiennes Tiffin in After (2019)
After – Crítica | Foto: Diamond Filmes

After então faz uma produção ao mesmo tempo bem vanila, mas que une algumas cenas mais picantes entre uma tomada e outra. O casal principal formado por Langford e o também pelo esforçado jovem ator Hero Fiennes Tiffin, o garoto tatuado e cheio de problemas, Hardin Scott, até nos convence em sua química, mas como sempre, tirando a dupla, o restante dos personagens são ocos e nada desenvolvidos, principalmente as figuras adultas, com nomes conhecidos dos anos 80 e 90, que vão com nomes como Jennifer Beals, Selma Blair e Peter Gallagher.

E por mais fluidos e caracterizados de um forma mais moderna possível, no final, grande parte dos personagens, estão lá apenas para rodar a dupla principal. After ainda conta com diálogos duros e situações bem difíceis de engolir, mas só pelo fato de se distanciar bastante de sua obra literária a produção acerta e ganha pontos e méritos.

No final, a versão para o cinema de After entrega como se fosse um capítulo depois do próprio livro After, um que a mão da consciência bateu e entendeu a importância de falar sobre relacionamentos saudáveis e não abusivos, primeiros amores e a importância da vida a dois para um público jovem ainda maior e super conectado.

Nota:

After chega em 11 de abril nos cinemas

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