A melhor estratégia usada pela Warner Bros foi ter segurado o máximo possível sobre o que era, e do que se tratava o longa Acompanhante Perfeita (Companion, 2025). Já que durante muito tempo tudo que sabíamos sobre o filme era que seria um novo projeto do time que trabalhou em Noites Brutais. E assim, como o longa lançado em 2022, Acompanhante Perfeita entrega um suspense… perfeito para ir assistir sem saber nada.

E é muito difícil escrever sobre, tentar analisar e até mesmo convencer você leitor de ir ver (ou não) o filme, já que para mim, igual a nossa protagonista Iris (Sophie Thatcher), teve dois momentos que eu me senti realmente feliz com o projeto e ter conseguido ir para a sessão de imprensa sem ter pego nenhum spoiler ou saber do que se travava o filme.
O primeiro momento, foi quando eu vi Sophie e Josh (Jack Quaid) se conhecendo. E o segundo, na hora que eu vi Sophie matando Josh. Sem spoilers, dá para dizer que questão de ir sem saber nada, é que ajuda entender que Acompanhante Perfeita acaba por entregar sim um suspense disfarçado de filme bonitinho de garoto encontra garota.
E além do mais faz uma crítica extremamente eficaz sobre relacionamentos e relacionamentos na Era Moderna. Aliado a isso, o roteiro de Drew Hancock (que também dirige o longa) é extremamente perspicaz e divertido para contar essa doideira toda na medida que vemos o casal Iris e Josh ir passar uns dias, de férias, num casarão isolado no meio das montanhas com junto com os amigos dele a descolada Kat (Megan Suri) e o casinho dela, um russo desbocado chamado Sergey (Rupert Friend) e ainda o alto astral, super galera, Eli (Harvey Guillén) e o namorado dele Patrick (Lukas Gage que parece que tá em todas, depois de dar as caras também em Sorria 2).
Mas é Iris e Josh chegar, e até mesmo um pouco antes, quando vemos os dois no carro a caminho do lugar que Acompanhante Perfeita já começa a levantar, e mostrar, as chamadas red flags desse relacionamento. E claro, nos preparar para o grande plot twist que o filme tem, que é apresentado logo no começo, e que definitivamente dita o restante do filme até o final. O que acontece? Não vamos falar aqui, claro, mas faz sentido para a trama e para tom do longa aquilo tudo acontecer já que faz Acompanhante Perfeita ganhar um ritmo alucinante já que o relacionamento de Iris e Josh sofre um grande baque e ele se revela ser um grande um fdp.
Assim, Iris precisa processar tudo e tentar bolar um jeito de escapar do lugar na medida que Josh e seus amigos a fazem refém. Cheia de sangue, amarrada na cadeira, em pane, Iris precisa entrar no modo combate para tentar sair do lugar viva e garantir seu status de final girl que vem sendo plantado para ela desde do começo do filme.
Já que desde do começo que ela abre Acompanhante Perfeita com um monólogo sobre ter conhecido/matado Josh, nós, os espectadores estamos a torcer por ela. E toda curva e obstáculo que a jovem precisa solucionar e vencer é um para ser comemorado. Como se soltar das amarras? Como ela vai fazer o carro funcionar para fugir? E como ela vai se livrar de Josh e seus amigos que a perseguem pela floresta enquanto ela corre por aí para se salvar? E o filme garante diversas reviravoltas, além da reviravolta principal, dar um ânimo na história e principalmente quando personagens começam a bater as botas.

Acho que Thatcher está excelente no filme, e realmente mostra que tem acertado em pegar projetos do gênero, primeiro Boogeyman de 2023, depois Herege lançado no final do ano passado, e agora esse, e dá para dizer que a atriz tem acertado ao surfar no hype que ganhou pela série Yellowjackets.
O mesmo vale para Quaid que ultimamente tem pego papéis que fogem da figura do bom moço igual aquele que o alçou para o sucesso em The Boys e aqui entrega um personagem extremamente detestável e que ao mesmo tempo é tão fácil de ser o mais próximo da realidade possível.
Acompanhante Perfeita pode parecer meio surreal de tudo que acontece no filme realmente acontecer na vida real, mas num futuro próximo, não descarto. E o mesmo vale para o trio formado por Guillén, Cage e Suri que também estão muito bem no filme, ajudam a contar essa história doida e que vendem o humor do roteiro como ninguém. É o combo do roteiro, do elenco que fazem de Acompanhante Perfeita ser um suspense, meio gore, mas também um filme extremamente engraçado de se assistir.
E também um que nos faz analisar o ponto de vista social, e da sociedade que esses personagens vivem, e principalmente vermos as consequências das decisões que eles tomaram e que os fizeram chegar onde estão. Assim, no meio do caos, narizes quebrados, um cofre cheio de dinheiro, policiais no meio da estrada, Acompanhante Perfeita faz uma montanha russa de emoções numa narrativa tão boa, tão interessante e que faz as poucas 1h40min que o filme tem passarem muito rápido.
Fazia tempo que não me divertia, levava uns sustos, e ainda saia feliz com um filme de gênero tão incrível igual foi com Acompanhante Perfeita, sabe? E no meio de um mar de sequências, histórias baseadas em livros, em quadrinhos, ou apenas produções que tentam espremer ideias e propriedades intelectuais, é muito bom e gratificante começar 2025 vendo um filme como esse dar uma pane no sistema e ver alguém desconfigurar o que tem sido entregue nos cinemas nos últimos tempos.
PS: Se eu fosse vocês nem o trailer abaixo eu assistiria.
Acompanhante Perfeita chega em 06 de fevereiro nos cinemas.