A Maldição do Espelho | Crítica

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A grande pergunta que fica ao assistir A Maldição do Espelho (Queen of Spades: Through the Looking Glass, 2019) é… por quê? Apenas isso. Não tem outra explicação. Não tem quase nada que salva esse drama russo de suspense e terror. Não salva a dublagem em inglês sobreposta com a russa, não salva as péssimas atuações, nem mesmo o roteiro que é extremamente previsível e enfadonho.

A Maldição do Espelho | Crítica Foto: Paris Filmes

A Maldição do Espelho é como os produtores tivessem unido duas séries da Netflix, Elite com Locke And Key, e juntado todas as partes negativas que ambas possuem, numa mistura que conta ainda com lendas sobrenaturais russas, uma porrada de mitologia que é rapidamente contada e que não passa nenhum sentimento de empolgação pra a trama em si.

Assim, em A Maldição do Espelho mostra a história pelo ponto de vista de um grupo de jovens que vivem em um colégio, vide a comparação com o drama Elite, marcado por superstições e mitos antigos.

O filme acompanha os irmãos Olya (Angelina Strechina) e Artyom (Daniil Izotov) que chegam no colégio e precisam desbravar junto com o local, fazer novos amigos, e ainda superarem alguns dramas e questões familiares entre si. Assim, eles ficam amigos de alunos que são esteriótipos ambulantes, como a garota popular vingativa, a amiga com problemas de peso, e o garoto bonzinho que desenvolve o afeto com a protagonista.

Com eles vagando pela noite na mansão mal assombrada, onde temos a nossa comparação com Locke And Key, fica claro que eles vão se deparar com alguma coisa, ou alguém, com intenções nada boas, e em breve.

A Maldição do Espelho | Crítica Foto: Paris Filmes

E é isto que claramente acontece, o grupo tromba com um espelho misterioso que abriga uma temida lenda, a da Rainha do Espelho, e com um ritual para a realização de desejos. A Maldição Do Espelho deixa tudo com um ar misterioso e sombrio, mas que realmente não assusta ou faz nada para criar o ambiente para isso. Os personagens são apresentados, suas tramas são introduzidas, e nada desenvolvidas, onde realmente os jovens apenas navegam pelo filme sem a expectativa de que realmente irão fazer alguma coisa que valha a pena ficar sentado e acompanhar essa história.

A introdução do grupo à lenda russa da mulher que vive no espelho e concede desejos para eles é solta como uma nota de rodapé, num rápido diálogo que apenas parece estar ali por obrigação da roteirista Maria Ogneva com a história.

Assim que sabemos a intenção da entidade/demônio do espelho com os personagens e suas motivações para vencer o grupo de jovens, é só esperar os acontecimentos nas vidas dos garotos irem de mal a pior. A tentativa de criar uma expectativa para vermos como eles vão se safar disso é praticamente quase nula, assim como, os eventos afetam suas vidas posteriormente.

No final, assistir à A Maldição do Espelho é basicamente torcer para ficarmos presos em uma realidade onde esse filme não existe em vez de gastar nosso tempo sentado com esse filme, e assistir essa história por dolorosas horas. Um total sacrifício.

Nota:

A Maldição do Espelho chega em 12 de março nos cinemas nacionais.