A Barraca do Beijo 2 | Crítica: Mesmo divertida, sequência perde seu charme e frescor

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Sabe quando você encontra personagens divertidos e carismáticos e sabe que precisa saber mais sobre eles? Com A Barraca do Beijo foi assim, conhecemos Elle, Noah, e Lee e lá em 2018 sabíamos que queríamos mais desses personagens. Talvez fosse pelo começo do boom e do retorno das comédias românticas na Netflix, por termos novos atores jovens sendo descobertos, ou também por conta do momento do mundo ser outro… enfim, a aguardada sequência foi anunciada, 2020 chegou e trouxe com ela o novo filme, mas parece que era melhor ter deixado os personagens lá em 2018, sabe?

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A Barraca do Beijo 2 | Crítica
Foto: Marcos Cruz/Netflix

A Barraca do Beijo 2 (The Kissing Booth 2, 2020) entrega novamente um filme divertido, bobinho, e cheio de problemas que não são exatamente problemas né? E infelizmente, a sequência perde todo o charme e o sentimento de frescor que vimos no primeiro filme. A Barraca do Beijo 2 está mais para um selinho do que efetivamente um beijo cinematográfico. Uma pena. 

E isso tudo se dá pelas longas 2 horas que o filme tem. É muita coisa acontecendo, muitas bolas no ar, e claro, a pressão de fazer um filme à altura do primeiro, o que realmente acaba por ser sentido em A Barraca do Beijo 2. Com esses filmes do gênero, menos é mais, e parece que os produtores não confiaram nessa regra de ouro. Regra número 65867: clichês são clichês por alguma razão. 

Claro, as adições para o elenco são muito bem-vindas, e trazem uma diversidade que faltava para a franquia. A entrada da atriz Maisie Richardson-Sellers como Chloe, uma amiga de Harvard de Noah que movimenta a trama pela parte do personagem, o carismático e projeto de novo galã teen, Taylor Zakhar Perez também está muito bem como Marco, o novo bonitão do colégio, e a ainda toda trama LGBT para um dos personagens, fazem um bom acréscimo para o mundinho Barraca do Beijo, mesmo que façam também o filme parecer um grande pilotão de série de TV.

Alguém deveria fazer um gráfico e dividir o filme por episódios, igual fizeram com O Irlandês…afinal, leva tempo para introduzir todos esses arcos narrativos de uma forma fluida na trama, e ainda o espectador quer saber, desesperadamente o que aconteceu com os personagens queridos que vimos lá no filme 1, não é mesmo? 

Elle (Joey King) viveu um intenso verão com Noah (Jacob Elordi) antes do rapaz partir em viagem para estudar do outro lado do país, já Lee (Joel Courtney) agora namora firme e forte com a jovem Rachel (Meganne Young). King continua adorável e divertida de se acompanhar mesmo que sua personagem tenha evoluído pouco e a jovem atriz ainda continue a passar aquela vibe um pouco infantil que na sequência não combina com todas as responsabilidades que Elle precisa enfrentar agora: entrar em uma boa faculdade, mas em qual?

Elordi se entregou bem mais em Euphoria (HBO), uma produção muito mais intensa que A Barraca do Beijo 2, e parece que o filme acaba por ser um retrocesso do que o ator pode mostrar em termos de atuação, onde o jovem abusa de suas cenas sem camisa.  Já Courtney tem tudo para ser o próximo Adam DeVine, o que não sei se isso é bem um elogio…

Mesmo divertido, a sequência de A Barraca do Beijo, disponível na Netflix, perde o charme e frescor visto no primeiro filme.
A Barraca do Beijo 2 | Crítica
Foto: Marcos Cruz/Netflix

E como falamos, o roteiro de A Barraca do Beijo 2 é inflado para dar para os personagens tempo em tela, e todos terem suas tramas desenvolvidas. É o caso da competição de dança que suga metade da história do filme, o conflito de uma relação à distância, a trama envolvendo o brinco misterioso, e claro, a Elle atrapalhando a relação entre Lee e Rachel. É tudo bem legal de se ver, mas não passa disso, são tantas informações que deverá cansar o espectador. Aconteceu tanta coisa nos primeiros momentos de A Barraca de Beijo 2 que eu pensei “nossa já deve tá acabando o filme”, olhei no relógio havia se passado apenas 45 minutos. Regra número 67878: nunca olhe as horas quando estiver assistindo um filme. 

A Barraca do Beijo 2 não perde sua essência de ser um filme teen sobre amadurecimento, mas perde completamente o sentimento de novidade ao tratar sobre o assunto na Netflix. A produção segue o mesmo caminho narrativo que Para Todos Os Garotos Que Amei 2, ao contar sobre o depois do famoso felizes para sempre dos protagonistas, e mostra também que às vezes, a pessoa ideal não precisa ser a única pessoa que você possa se conectar na vida, e que existe diversas outras que você possa ter uma relação especial, que não seja necessariamente uma relação amorosa e sexual. A Barraca do Beijo 2 tenta passar essa mensagem por debaixo do pano enquanto foca em festas de halloween incrivelmente bem produzidas para uma festa do ensino médio, competições de dança com prêmios em dinheiro, e claro, a inesquecível barraca do beijo que pareceu ficar esquecida, mas que retorna triunfante nos momentos finais do filme. 

Como entretenimento descompromissado, A Barraca do Beijo 2 cumpre seu papel em ser aquilo que se propõe ser mesmo com os pedaços da barraca caindo aqui e aqui. Apenas esperávamos mais da trama, e dos personagens. Com um óbvio terceiro filme vindo por aí, você compraria um ingresso para a famigerada barraca novamente? 

Avaliação: 2 de 5.

A Barraca do Beijo 2 disponível na Netfllix.

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