43ª Mostra SP | Honeyland – Resenha

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Honeyland é um mix de documentário e drama com direção de Ljubomir Stefanov e roteiro de Tamara Kotevska.

Vencedor do Grande Prêmio do Júri da seção World Cinema de documentários no Festival de Sundance 2019 e o indicado da Macedônia para concorrer a uma vaga ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

Sinopse:

Em uma vila isolada na Macedônia do Norte, Hatidze, uma mulher de 50 e poucos anos, cuida de uma colônia de abelhas. Um dia, uma família itinerante se instala ao lado, e o reino pacífico de Hatidze dá lugar a motores barulhentos, sete crianças e 150 vacas. No entanto, ela se anima com a vizinhança e passa a dividir seus conselhos sobre apicultura, sua afeição e seu conhaque especial. Porém, Hussein, o patriarca dessa família, toma uma série de decisões que podem destruir o modo de vida de Hatidze para sempre.

O que achamos:

Um dos grandes destaques desta edição, Honeyland vem como um documentário que parece ficção para contar a história de um dos países que menos se destaca no mapa, a longínqua Macedônia.

E nem por isso, deixa de contar uma história universal que vibra sentimentos ao mostrar que certas coisas não mudam. Honeyland nos mostra de uma forma bastante impressionante como a ganância do homem continua a atrapalhar vidas e modificar a natureza como conhecemos.

Contada pela visão de Hatidze Muratova, – uma agricultora simples que cultiva abelhas, mas muito conhecedora de sua profissão – Honeyland nos leva para uma imersiva jornada nas montanhas do país, onde vemos de uma forma bastante curiosa detalhes dessa vida simples que a nossa protagonista vive, junto com sua mãe, numa caverna no interior do país.

Hatidze tem uma presença marcante, e impactante em tela, e os diretores Tamara Kotevska e Ljubomir Stefanov conseguem construir nossa empatia com a mulher de uma forma que nos importamos com ela como se fosse nossa própria vizinha, na medida que o roteiro desmembra as consequências da chegada de uma família gigante, seus carros, e a vontade de fazer dinheiro com a terra fértil do local.

Hatidze e seus novos vizinhos até que se dão bem no começo, coisa que é mostrada pelas interações da moça com as crianças, até que para sobreviver, eles começam a competir na criação de abelhas, e consequentemente na colheita de mel que elas produzem. Assim, vemos a trama se desenrolar naturalmente, sem surpresas, onde Honeyland se apoia no óbvio para contar uma história sobre capitalismo e as relações humanas.

Poderoso, e emocionante, uma das opções para certeiras para se garantir o ingresso na 43a edição. 

Nota:

Honeyland não tem previsão de estreia no Brasil.

Filme visto na 43ª Mostra Internacional de São Paulo.

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