Em tempos de redes sociais, amizades instantâneas por aplicativos, compartilhamento de imagens como deve deve estar a cabeça do jovem? É com essa pergunta que a série 13 Reasons Why começa seu primeiro episódio e meio que acabou por dar um norte para os 13 episódios de uma maneira geral. Assim, a produção baseada no livro escrito por Jay Asher, que no Brasil veio com o título de Os 13 Porquês, vamos acompanhar o adolescente Clay Jensen quando ao voltar para casa após a escola e encontra uma caixa misteriosa com seu nome. Dentro da caixa descobre fitas cassetes gravadas por Hannah Baker, sua colega de escola e amor platônico – que se suicidou duas semanas antes. Nos áudios, Hannah explica que há treze razões pelas quais decidiu terminar com a sua vida.
O primeiro episódio já começa com a constatação que Hannah Baker morreu. E a escola, mesmo depois de duas semanas, ainda está de luto. De luto entre aspas não é mesmo? Alguns não conheciam bem a garota, outros só estão capitalizando likes e comentários nas redes sociais. Assim somos apresentados ao local onde Hannah estudava e claro somos apresentados aos personagens da trama. Uns com mais detalhes e outros menos, mas como a personagem diz todos fizeram parte na jornada em que ela levou a se matar.
Aliados com flashbacks e sequências de sonhos e alucinações vemos Clay, um ótimo Dylan Minnette (da série Scandal e do filme Goosebumps: Monstros e Arrepios) que sabe bem lidar com personagens desajustados e sempre fora da caixa pensando sobre os acontecimentos e como as pessoas parecem não se importar tanto com o falecimento da colega. Até que ele recebe as fitas e a voz de Hannah soa pela garagem: “Ei aqui é a Hannah. Hannah Baker. Ajuste o som do seu dispositivo qualquer…”. Toda a sequência do personagem se embaralhando para a mãe mentindo sobre ter dever de casa é hilária e mostra muito o comportamento do personagem na série e a relação com a sua família.
Junto com a voz sempre presente e marcante de Katherine Langford que em suas aparições sabe entregar uma boa atuação, vemos o personagem de Clay na busca de seguir as instruções da primeira fita. Elas são bem claras e bem específicas: A primeira regra: você escuta as fitas. A segunda: você passa a caixa com as fitas para frente. Hannah é old-fashion e usa fitas antigas e instruções em mapas de papel. Afinal para ela a tecnologia muda tudo.
Junto com as fitas vamos conhecendo personagens e locais que foram importantes para ela. No primeiro episódio conhecemos seu armário na escola, seus pais interpretados pelos atores Brian d’Arcy James, da série Smash e numa pequena mas memorável participação de Kate Walsh das séries Grey’s Anatomy e Private Pratice que ainda estão de luto pela morte da filha. Junto com a primeira fita conhecemos a primeira pessoa que começou a deixar a vida da personagem tão ruim que chegou ao ponto dela se matar. Assim vamos acompanhando os fatos como foram apresentados e os fatos reais. É como Hannah mesmo diz “A verdade nem sempre é a versão mais empolgante, a melhor ou a pior. É alguma coisa no meio e merece ser ouvida.” Essa é a primeira de muitas fitas que Hannah deixou, já ouvimos e vimos essa e as próximas. E podemos dizer que a jornada de Clay e Hannah apenas começou.
A história do primeiro episódio tem tudo que forma uma série adolescentes: dramas escolares, primeiras paixões mas o jeito que tudo as tramas são lidadas mostra uma grande sutileza, com um bom roteiro que deixa as pistas jogadas para queremos saber mais e mais sobre a trama e quem deve ser o próximo na lista de Hannah. Afinal se você está na lista você contribuiu para o final trágico da personagem.
Assim Os 13 Porquês (13 Reasons Why) conta uma série com atores jovens para um público jovens e lida com assuntos importantes para os mesmos ao mostrar situações do cotidiano que afetem muitos deles. Temas como bullying, sexo, suicídio serão mostrados e como pequenas situações levam a grandes e trágicos acontecimentos.
Você pode acompanhar 4 Coisas que você precisa saber sobre 13 Reasons Why enquanto a série não estréia na Netflix em 31 de Março.
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