10 Horas Para o Natal | Crítica: Longa abrasileira o tema e entrega uma divertida aventura

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Então é Natal, e o que você fez? Assisti um filme com a temática de Natal que não é ruim e tem muito carisma e diversão? E cara, posso dizer que sai da minha sessão de 10 Horas Para o Natal (2020) com um sorriso que ia de orelha em orelha e claro com a música tema do filme na cabeça. 

10 Horas Para o Natal não inventa a roda, não faz nada de novo em relação ao tema natalino, mas consegue entregar uma divertida aventura que abrasileira o feriado, nos garante bons momentos, nos faz rir com as nossas tradições e não delas. Liderados pelo comediante Luis Lobianco e pela atriz mirim em ascensão Giulia Benite, em 10 Horas Para o Natal eles fazem uma dupla e tanto nesse filme nacional e estão muito bem juntos. Lobianco continua com seu humor mais corporal e caras e bocas que só de olhar você já quer rir, e Benite segue a cartilha de sucesso que tem virado moda nas produções ultimamente, e até fala com a câmera e com o espectador.

10 Horas Para o Natal filme de natal
10 Horas Para o Natal crítica 
10 Horas Para o Natal trailer
10 Horas para o Natal | Crítica
Foto: Paris Filmes

E grande parte do acerto de 10 Horas Para o Natal se dá pelo fato que as roteiristas Bia Crespo e Flávia Guimarães, não endurecem o texto, e o deixam o mais fluido e simples possível, e não falamos isso em tom pejorativo, e sim que a dupla deixa as situações, e as falas, com um tom feito para o público alvo infantil que o longa mira. Claro, temos as tradicionais piadas contadas na casa de todos pelo menos uma vez, aquela do pavê, mas conseguem também com que o filme passe um sentimento de “estamos em casa”, sabe? Mesmo que utilizem do truque que fez frio em São Paulo no Natal daquele ano para colocar os atores com as roupas tradicionais dos filmes americanos da época. Mas isso é um deslize tão pequeno em consideração ao que o longa oferece mais que realmente é só colocar de lado, assim como a uva passa no arroz.

10 Horas Para o Natal segue a cartilha de diversos outros filmes americanos, só que aqui, coloca os hábitos dos brasileiros à frente da trama. Em vez de uma Nova York cheia de gente, fumaça e neve, temos a 25 de março, calor humano dentro de ônibus, e um mercado cheio de gente na buscas de ingredientes para a ceia perfeita. E só de ver as paisagens tipicamente brasileiras o filme já ganhou diversos pontos.

Na trama, conhecemos Marcos Henrique (Luis Lobianco, ótimo) o pai de três crianças espevitadas e completamente diferente um das outras, temos a Julia, de 11 anos (Giulia Benite, que roubou as cenas em Turma da Mônica – Laços), Miguel, de 9 (Pedro Miranda, super carismático e que vem do The Voice Kids), e Bia, 7 (Lorena Queiroz, da novela Carinha de Anjo). Os três amam passar o Natal em família, mas depois que os pais se separam eles vem a época preferida deles se tornar um verdadeiro pesadelo. 

Assim, agora eles passam o Natal com a Sônia (Karina Ramil, que trabalhou com Lobianco no humorístico Porta dos Fundos), na casa das tias e o tio do pavê, e que não é mais a mesma coisa. O grupo inventa então de unir os pais novamente numa ceia de Natal improvisada e resolvem eles mesmos irem atrás das coisas como decoração, jantar, sobremesa e presentes. Eles tem apenas 50 reais, 10 horas até o Natal e precisam correr contra o tempo para encontrarem tudo.

O mais interessante é que 10 Horas Para o Natal só vai crescendo em termos de construção de história e de desenvolvimento de personagens, na medida que a inteligente, mas pessimista Julia, o arrisco e otimista Miguel e a chorona Bia precisam enfrentar a lotada 25 de março (numa época sem coronavírus, claro) precisam também resolverem suas tensões e seus problemas deixados de lado depois que seu pai se separou. O bom que ao longo do filme cada um dos três “salva” o Natal e o plano de sua própria forma, seja falando mandarim, ou fazendo cara de choro para o dono de uma loja. É tudo muito aventuresco e que deve fazer sucesso com as crianças mesmo que para os adultos acabe por ser um pouco mirabolante demais.

10 Horas Para o Natal filme de natal
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10 Horas para o Natal | Crítica
Foto: Paris Filmes

E 10 Horas Para o Natal só acaba por ficar mais alucinante na medida que o relógio se aproxima da hora que a mãe médica marcou com as crianças para a Ceia, depois de um parto de emergência, que poderia ter sido reduzida e não ter ficado tanto de escanteio. E 10 Horas Para o Natal ganha um ritmo alucinado e louco para mostrar as peripécias que as crianças que encontram o pai ao longo do caminho que abraça a ideia das crianças e faz Lobianco interagir com o trio de atores mirins e o que dá o tom para o filme.

Como falamos, o filme apresenta o cotidiano de muita gente para a época com cenas em mercado cheio e prestes a fechar na véspera do Natal, é pechinchar presentes e descontos, comprar decoração de natal de última hora e tudo mais. Mas 10 Horas Para o Natal também passa uma mensagem super bacana sobre passar a época com as pessoas que amamos independente disso tudo e realmente tem que mostrar o verdadeiro espírito de Natal que é bem mais que presentes, brinquedos e etc.

No final, entrega uma divertida aventura e um filme ideal para as crianças e os pequenos que não fica além das comédias clássicas sobre o tema. 

Avaliação: 3 de 5.

10 Horas para o Natal chega dia 3 de dezembro aos cinemas nacionais.

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