Titãs | Crítica da 1ª Temporada

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No final do ano passado, a DC Comics estreou sua plataforma de streaming cheia de pompa, num serviço exclusivo para o mercado americano, que envolve num mesmo local quadrinhos, filmes e séries do selo da empresa, a DC Universe. Assim, a DC também apostou em novas produções originais, e Titãs (Titans) estreou por lá em Outubro em plena Fall Season, onde agora a produção é disponibilizada na Netflix ao redor do mundo.

A série faz uma produção pé no chão, realista e sombria (e em diversos momentos bastante pesada!) e acerta nas construções de seus personagens, mesmo que ao longo dessa primeira temporada tenhamos episódios arrastados e que se dão ao luxo de não contarem muito a que vieram. É o formato do streaming que dá espaço para isso, mas, se Titãs era um teste para a DC Universe, temos aqui uma nota alta com classe dispensada e aprovada.

Anna Diop, Ryan Potter, Brenton Thwaites, and Teagan Croft in Titans (2018)
Titãs – Crítica | Foto: Netflix

Titãs mostra um nível de maturidade em seus arcos narrativos bem impressionante e mesmo que o foco da série fique quase 100% no personagem de Dick Grayson (Brenton Thwaites, numa boa atuação e dentro do esperado para o personagem) é com seus personagens femininos que a série nos pega de jeito. Claro, Robin tem muitos problemas que são desenvolvidos e trabalhados ao longo da temporada (seu temperamento, viver as sombras do Batman, unir uma equipe e etc), mas é com a personagem Koriand’r, que nossos olhos brilham.

Sem memória e presa numa missão na Terra que ela não sabe qual é, Estelar, aqui em Titãs, é uma força da natureza, uma personagem completamente bad-ass, com sangue (ou fogo!) nos olhos, interpretada pela ótima Anna Diop, onde a atriz entrega uma ótima expressão corporal, aliado com um figurino exótico e faz uma coisa de se impressionar.

Titãs – Crítica | Foto: Netflix

Minka Kelly, como Dawn Granger, mesmo que em menor escala, também mostra para que veio, se destaca em poucos episódios que aparece e não fica atrás de seu parceiro de cenas, o brutamontes Hank (Alan Ritchson, esforçado). Já, do famoso time principal dos quadrinhos e da série animada, temos ainda, a dupla Ravena/Rachel Roth (Teagan Croft) que move a trama da temporada na busca de compreender seus poderes e da onde eles vieram e, o apagado Gar/Mutano (Ryan Potter). Mas pelo lado positivo, quando juntos em cena são ótimos, mas quando separados, nos deixam com a sensação que falta alguma coisa, ou alguma faísca.

E toda essa construção dos personagens acaba por ser a alma da série, em Titãs, temos ao longo dos episódios, o grupo efetivamente se reunindo para enfrentar uma grande ameaça. Na série, cada um está em um canto, onde vivem suas vidas, mas acabam por se encontrar, graças a Dick e Rachel, e assim começam a formar um grupo de jovens titãs.

E como falamos, Titãs, segue às vezes uma trama arrastada para mostrar as dinâmicas e detalhes da vida dos personagens e faz episódios desconexos da trama principal (mesmo interessantes e isolados), como 1×02 – Hawk and Dove, onde somos introduzidos aos personagens dos quadrinhos, Rapina e Columba, ou até mesmo o 1×04 – Doom Patrol, que nos apresenta ao grupo Patrulha do Destino (que ganhará sua série própria agora em 2019). Assim, vemos que alguns episódios, acabam por quebrar completamente o ritmo da série, fora que Titãs tem alguns capítulos, baseados em sonhos e alucinações que parece que os produtores pesaram a mão um pouco, hein?

Não que Titãs seja ruim, pelo ao contrário, apenas que essa primeira temporada sentimos que a trama dá voltas e voltas para pouca ação, mas quando isso acontece, e a série junta todos os personagens (como no caso dos ótimos 1×05 – Together e 1×07- Asylum), o espectador que se segure, pois, Titãs é pura explosão, com cenas de lutas em fazer inveja em outras produções (Olá Marvel – Punho de Ferro!) bem coreografadas e que mantém o nível de empolgação, mesmo que acabam por serem super violentas e extremamente gráficas em muitos momentos.

Melody Johnson, Anna Diop, Zach Smadu, Ryan Potter, Jeni Ross, and Teagan Croft in Titans (2018)
Titãs – Crítica | Foto: Netflix

No final, Titãs entrega uma trama onde temos que juntar os pedaços aos poucos, mas, graças a algumas boas atuações, a série se garante nos easter-egg feitos para agradar os fãs das histórias em quadrinhos da DC. O espectador deverá se surpreender com locais conhecidos (Olha a Cidade de Gotham ai!), uma história que entrega de bandeja um mar de referências das histórias das HQ clássicas, e ainda, personagens inesperados como Donna Troy, a Garota-Maravilha (Conor Leslie) e Jason Todd, o segundo Robin (Curran Walters).

Titãs é uma grande surpresa e tem tudo para ser uma das melhores produções de super-heróis em anos, só basta o time da DC, Greg Berlanti, Akiva Goldsman e Geoff Johns ter um pouco de foco com os personagens. Mas nada que novos episódios não, resolvam, afinal Titãs já foi renovada para uma segunda temporada e estamos empolgados para novas aventuras de Robin, Estelar, Mutano e Ravena na nossa TV.

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