The Final Station | Análise

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Distopias e tudo que é relacionado ao fim da humanidade sempre me cativou. Não me recordo quando comecei a ter interesse no gênero, mas desde então sempre que encontro algo com esta pegada me aventuro a experimentar quando tenho a chance. E é fato que nos últimos anos o mercado meio que foi saturado com o assunto e obviamente surgiram coisas boas e ruins, seja no quesito games ou qualquer outro tipo de entretenimento que se utilizou do tema. E justamente pelo excesso de oferta é natural que uma obra ou outra acabe passando batido pela gente. E foi o que aconteceu comigo quanto ao The Final Station.

Na época em que o jogo saiu, este até me chamou a atenção, mas por motivos que não me recordo acabei por deixar para outra oportunidade e lá ficou na minha lista de desejos na Steam.

E finalmente depois de dois anos e alguma coisa, tenho a oportunidade de jogar The Final Station. Para quem não sabe o jogo teve seu lançando oficial em 2016 para PC, MacOS, Linux e Xbox One, alguns meses depois chegando ao PlayStation 4 e recentemente disponibilizado no Nintendo Switch.

O jogo desenvolvido por Andrey Rumak, Oleg Sergeev e pela Do My Best é distribuído pela tinyBuild GAMES, que vale dizer vem fazendo um excelente trabalho ao trazer jogos independentes e de qualidade para as massas e assim ajudando a popularizar os indies em um mundo que até pouco tempo acreditava que jogos bons eram apenas os denominados triplo A.

Mas vamos as apresentações, The Final Station é um game 2D, pixel-art, plataforma, ação, shooter que é ambientado em um mundo que passou por um acontecimento cataclísmico que destruiu a sociedade como a conhecemos. Aqueles que sobreviveram vivem sob Lei Marcial e as regiões que ainda mantém sinais de civilização são conectadas por trens. E é ai que você entra, você é justamente um maquinista que tem como responsabilidade transportar e cuidar para que seus passageiros cheguem ao seus destinos. Mas sua tarefa não é tão simples visto que você terá que tomar decisões que podem implicar em quem vive ou morre, já que você deve gerenciar com sabedoria seus itens enquanto dentro de seu trem, assim como terá também que agir com esperteza ao pisar fora dele ao adentrar um combate. Saber utilizar o ambiente a sua volta e suas armas se torna essencial já que os recursos são escassos e uma bala a mais na agulha pode fazer toda a diferença.

E ai entra o fator exploração, visto que quando fora do trem, quanto mais você explorar o mapa, mais chances de encontrar itens úteis que vão ajudar-lhe na sua sobrevivência e daqueles que estão sob seus cuidados, entretanto se você não for cauteloso a curiosidade pode custar a sua própria vida já que as áreas não protegidas estão infestadas de infectados que já foram humanos em tempos passados (poderia usar zumbis? Talvez, mas pra mim eles parecem ser outra coisa, mas fica aberto a você decidir como quer chamá-los).

O jogo não apresenta necessariamente uma introdução ou uma história, esta vai se construindo conforme o decorrer do jogo e por isso a curiosidade é um ponto forte do jogador, visto que quanto mais você explorar, acessando terminais, lendo bilhetes, interangido com NPC’s, mais chances terá de entender este mundo cinza e triste em que o protagonista vive. E esta narrativa não linear ao menos pra mim foi algo que me cativou, visto que me fez querer explorar as edificações e esgotos a procura de mantimentos e itens obviamente, mas principalmente qualquer outra informação que me ajudasse a entender o mundo em que eu estava me aventurando, somado ao fato da adrenalina, visto que você sempre corre o risco de dar de cara com uma horda de infectados que a cada hora que passa parecem mais e mais perigosos e assustadores.

E mesmo que o jogo seja em pixel art e com frequência eu me depare com players que não apreciem o que eu respeito, afinal gosto é gosto, é importante dizer que eu achei a arte do jogo muito bem feita e a mesma cumpre muito bem o seu papel dentro do mesmo. Vale dizer que não me recordo de ter me deparado com bugs significativos que prejudicassem a jogabilidade, a não ser alguns leves erros de tradução ao jogar com as legendas em português. Algo que eu recomendo aos jogadores é que vocês tomem muito cuidado quando estiverem subindo ou descendo escadas, morri várias vezes no início pela falta de agilidade perto delas. E deixando as escadas de lado que causam certa tensão pelo motivo errado, todo o momento que você abre uma porta, tampa de bueiro e afins você também sempre fica na expectativa de algo pular em você poís como disse, você sempre corre o risco de se deparar com algo que pode te matar ou um item que pode salvar a sua vida.

A jogabilidade não chega a ser complexa e não exige que o jogador tenha habilidades especiais, mas tem alguns macetes que você vai pegando conforme joga, o game também exige algum tipo de estratégia e timming em alguns momentos de sua jornada, e mesmo de volta ao trem, a sua pacata e “quase” sempre entediante vida de maquinista é interrompida por problemas constantes nos equipamentos ou alguém prestes a morrer. Então lembre-se de ficar atento, mantendo o seu trem em funcionamento e sempre de olho nas necessidades de seus passageiros.

O jogo de forma geral me agradou. É um single player sólido, com uma pixel-art bem feita e que cumpre o seu papel, trilha sonora que ajuda muito bem na tensão em vários momentos. Agora preciso jogar a DLC The Only Traitor.

The Final Station está disponível para PC, MacOS, Linux, Xbox One, PlayStation 4 e Nintendo Switch.

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