Swag and Sorcery | Análise

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A primeira coisa que Swag and Sorcery demonstra é a capacidade dos envolvidos ao produzirem uma pixel art tão linda. E não era de se esperar menos, já que entre os desenvolvedores está a LazyBear Games que já tem outros jogos com artes tão bem feitas quanto Swag and Sorcery. Peguemos como exemplo Graveyard Keeper, lançado no ano passado que também me conquistou pela arte e pelo seu humor levemente ácido. Humor este que também está presente em Swag and Sorcery.

Agora tenho que confessar que uma coisa que me deixou realmente curioso para ver como funcionaria no jogo era o diferencial tão divulgado no material promocional, o “Swag” para ser mais exato. Swag para quem desconhece é uma gíria inglesa usada para falar da forma como uma pessoa se apresenta. Swag significa um estilo, aparência ou a atitude do indivíduo. Com essa pequena explicação para ajudar a nos localizarmos, voltemos ao jogo.

A história inicial se passa em um reino distante que começa a ter problemas e o rei se recusa a seguir o que seu conselheiro lhe sugere. Na verdade ele conclui que a única forma de combater todos os males assolando o seu reino é se um grupo de bravos guerreiros partirem em busca de uma vestimenta mágica que pertenceu ao seu bisavô e que foi roubada há muitos anos atrás. Obviamente seu conselheiro acha a ideia ridícula e sentindo-se humilhado pelo rei, decide que ele é quem deveria assumir a posição deste, isto é, ser o novo rei. E assim ele começa a bolar planos para que isso se torne realidade, ouso dizer que muitos dos diálogos mais engraçados que me recordo rolam nas cutscenes dele e do gato, sim tem um gatinho que faz uns comentários bem engraçados.

Adivinhem quem seria esse novo rei? Exato, ele mesmo!

Quanto ao tipo de jogo, eu diria que ele é um híbrido de RPG para PC e celular. Se fosse pra tentar definir Swag and Sorcery eu diria que é um game Pixel Art, Idle, RPG com uma pitada mínima de desfile de moda.

E com as apresentações feitas iniciamos nossa jornada. Através de um tutorial que ocorre enquanto você joga, o game se apresenta pouco a pouco. E assim você vai entendendo como tudo funciona. E não vou negar que inicialmente ele é bem envolvente. Eu realmente queria saber mais da história, entender como tudo se encaixa e rir dos diálogos cômicos que em sua maioria, surgem durante as cutscenes.

Conforme você avança lhe é apresentado o modo batalha, mas que você não batalha de fato. Você apenas seleciona seu guerreiro ou guerreiros, equipando-os com o que você tem em seu inventário e manda eles para o grind nosso de cada dia. Sim, basicamente como o modo batalha é quase que todo automático, você não tem muito o que fazer a não ser esperar o turno acabar. O que lhe deixa meio ocioso ou vendo pelo lado bom, lhe dá a chance de fazer um café ou até conversar com o pessoal que estiver assistindo sua stream.  Ainda sim, você vai ter que ficar de olho no que está rolando na tela, agindo como um supervisor. O motivo é que assim que o turno termina e caso você queira que seus guerreiros continuem no grind, você vai ter que clicar de novo e de novo. Suponho que pelo fato do jogo já ter essa vibe idle, esse processo seja  uma maneira de nos dar a sensação que estamos fazendo algo além de programar a produção dos itens em nosso vilarejo.

E falando em grind, posso dizer que este é o core de Swag and Sorcery. Se você não tem paciência para grind já aviso que talvez este game não seja para você.  Para desbloquear outras edificações do vilarejo assim como fazer seus upgrades, produção de novos itens e adquirir novos guerreiros e até treiná-los, você vai ter que grindar e muito.

Ouro é outro fator  fundamental e essencial. Novos personagens, subir seus personagens de nível, desenvolver características especificas ou equipamentos, tudo necessita de ouro. E a quantidade que você vai receber durante o combate é aleatória. O mesmo acontece na hora de produzir itens, a qualidade dos mesmos também é aleatória e vai um pouco da sorte.

Mas não se desespere, pois conforme você avança o grind fica um pouco mais fácil, visto que você pode mandar até 3 equipes de guerreiros ao mesmo tempo para o combate.  E tudo bem que o grind não é algo novo e até gosto de farmar ou um bom grind, mas em alguns momentos fica aquela sensação que você não está sendo recompensado de acordo, ao ponto que teve momentos que deixei o jogo em modo janela no segundo monitor e ia fazer outra coisa. Eu necessitava do grind para avançar no jogo, mas não me sentia compelido a prestar atenção ao no mesmo.

No início você até acompanha seu guerreiro, pois em alguns momentos você vai ter que desistir do combate já que seu personagem ainda é fraco , mas assim que você vai equipando eles e subindo eles de nível, você começa a se preocupar cada vez menos com eles.  Depois de que eles atingiam certo nível eu apenas me preocupava em manter meus guerreiros felizes enviando ao SPA local, equipá-los com bons itens e poções de cura e vez ou outra olhar pra ver se eles haviam terminado a rodada para iniciar outro round de grind.  

Não basta ser um bom guerreiro, você também tem que ter estilo!

E vamos agora falar dos desfiles de moda.

Sim, afinal além do grind, uma outra forma de adquirir recursos e ouro são os desfiles de moda: o Swag. Estes desfiles acontecem com certa frequência, e basicamente você envia seus guerreiros que se tornam seus modelos e que vão ser avaliados pelo que vestem. Os juízes tem gostos específicos e você pode garantir sua vitória ao subornar eles, já que ao subornar os juízes eles revelam suas preferências e as tendências para aquele desfile específico que você vai participar. E como nada é de graça, saiba que para participar dos desfiles você também precisa de ouro para pagar a taxa de entrada e se não ganhar os primeiros lugares, pode acabar no prejuízo.

Inicialmente eu participei de alguns desfiles, até porque não nego que fiquei curioso em entender como isto funcionava dentro da mecânica do jogo, mas dado o trabalho e recursos necessários e vendo que até onde cheguei os desfiles não influenciavam muito na minha evolução no jogo, comecei a focar apenas no grind, nas minhas edificações e personagens.

Talvez a proposta do desfile, itens variados e tudo mais seja fazer piada com lootboxes e itens cosméticos que tem se tornado algo cada vez mais populares na indústria dos games, mas isso é uma mera suposição da minha parte e mesmo que a história do jogo tente encaixar os desfiles dentro do contexto geral do jogo e esteja no título o mesmo parecia avulso. Sentia que participando ou não, meio que não faria diferença.

E o mesmo vale para a história que apesar de ser divertida e totalmente traduzida para o português, parece não se encaixar com o que estamos fazendo em alguns momentos . Entenda, ela não é ruim, mas sempre que rola uma cutscene, estas parecem meio que deslocadas. E outra coisa que simplesmente parei de considerar foi doar ouro para eventos aleatórios que surgem de tempos em tempos. Normalmente é uma história triste pedindo para você doar ouro, você doa, e é isso. Nada em troca.

De modo geral Swag and Sorcery é um jogo divertido, ainda mais pra quem gosta de um bom grind, oferece uma pixel arte maravilhosa, tem uma trilha sonora bacana, tem uma interface amigável e definitivamente é um jogo que provavelmente vai dividir opiniões. Não vou negar que o mesmo é de certa forma viciante de início, mas que no estado atual funcionaria melhor no celular. Talvez com alguns ajustes, atualizações e pequenas mudanças o jogo possa de fato entregar todo o potencial que tem. 

Caso você queria conferir minha primeira uma hora de gameplay fica o vídeo:

Swag and Sorcery foi desenvolvido pela Lazy Bear Games em parceria com a Uroboros Games e distribuído pela tinyBuild. O jogo está disponível para PC (via Steam).

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