Sintonia | Crítica da 1ª Temporada

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Confesso que durante o processo de divulgação de Sintonia pela Netflix, a série do KondZilla não me conquistou, mas depois de assistir ao primeiro episódio, a série me pegou de jeito. A estética e todo o desenvolvimento dado a seus personagens foram bem interessantes e mostrou o pé no chão da favela, com suas licenças poéticas.

ALERTA DE SPOILER!

Este artigo contém informações sobre os principais acontecimentos da série/filme.
Continue a ler por sua conta e risco.

Logo de início somos jogados nas vidas de Mc Doni, Rita e Nando, e vemos os dramas por qual cada um depes passam para viver os seus sonhos, ou simplesmente sobreviverem. “Pegaram a Cacau”, com nossa review de primeiras impressões aqui, traz o universo de forma interessante e termina com cada um vivendo seus dilemas, mas é Nando quem tem o peso nas mãos, já que mata Ganso, enquanto Rita apanha da mãe de Cacau.

Fiz Uma Pro Crime” acaba continuando muito bem a trama e rendendo bons momentos, como a cabeça de Nando pesando sobre a morte de Ganço, o que o deixa mais longe dos amigos, inclusive, o encontro dele com o produtor da Dondoka foi ótimo. Mc Doni fica mais focado em suas músicas e como trabalhar em cima dela. Só que é ele quem acaba salvando Nando ao agir rápido e esconder sua arma.

Rita, toda machucada, acaba entrando para a vida da igreja, ao se conectar com ele lado que foi de sua mãe, mas foi abandonada quando precisou, acaba vendo que a religião pode ser mais do que ela sempre imaginou. Assim em “Segunda Chance” tanto ela quanto Mc Nando acabam buscando mais novas chances.

Se a jornada de Mc Doni rende em uma ascensão dentro do mundo musical com diversos altos e baixos, é legal ver os amigos puxando sua orelha para a forma mimada que ele acaba reagindo as coisas. Nando é quem acaba afundando dentro de seus problemas ao tentar salvar Juninho, mas se vendo na necessidade de matá-lo, pois teve sua própria vida ameaçada.

O Certo pelo Certo” e “Faz Teu Nome” trazem todos com diversos problemas e a forma como aprofundam isso é muito interessante. Doni ainda segue tentando crescer na música, mas vê o desapontamento nos olhos do pai, que acaba infartando. Doni aprende da pior forma que precisa focar e pensar no futuro de forma mais centrada.

Rita focando em sua evolução na igreja é bem legal, e deixam em aberto sua relação com o pai, o que em uma futura temporada pode render momentos melhores, já que a personagem ficou um pouco de lado no peso das tramas, pois em cima do contexto do drama de Nando as coisas acabam saindo fora de eixo.

E em “Mesma Sintonia” as coisas caminham para um final complicado para Nando, que após matar Junior precisa se colocar frente da banca e com isso as coisas se fecham de forma sinistra, já que ele é o “empresário” de Doni, que começa a fazer sucesso. O momento dele cantando para o pai foi muito bonito. Achei o desfecho de Rita um pouco sem sal, mas espero que tendo uma nova temporada eles mostrem algo mais profundo.

Sintonia fez uma temporada interessante, abordou diversos elementos de crescimento na periferia, mesmo que mostre muitos estereótipos, mas respeitando a situação. A favela apresentada aqui não é algo glamurizado para estrangeiros, o que torna a imersão ainda mais interessante. KondZilla mostra que consegue ir além em suas produções e entrega um produto bom, mesmo que muitas de suas produções musicais não sejam de meu gosto.

O elenco inteiro da série se entregam por completo e para mim o destaque acaba ficando com a carismática Bruna Mascarenhas, só que Christian Malheiros carrega de forma incrível o peso de seu drama. As participações da série são boas, e o destaque nesse quesito fica para Vinícius de Oliveira.

Sintonia tem 6 episódios e todos já estão disponíveis na Netflix.

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