Mulheres Alteradas | Crítica

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Talvez o maior acerto do nacional, Mulheres Alteradas (2018) é fazer um retrato honesto e engraçado sobre as neuroses e anseios da mulher moderna!

O filme, dirigido por um homem, é comandado por Luis Pinheiro que consegue deixar essa comédia ficar com ar leve e ser completamente descompromissada para contar uma trama interligada entre quatro amigas que vivem momentos bem diferentes em suas vidas.

Mulheres Alteradas é adaptação dos quadrinhos da argentina Maitena que fizeram bastante sucesso nos anos 90 e o filme deve se conectar com mulheres de todas as idades, cores e pensamentos. A produção mostra questões de caráter universal onde cada problema, angustia e insegurança é feito para mostrar para quem assiste (principalmente o público-alvo) que “seus problemas são problemas de todas nós”. O filme, além disso, também celebra as conquistas tanto na vida pessoal quanto profissional e mostra diversos lados do que é ser (e estar) feliz e realizada.

Foto: Paris Filmes/Downtown Filmes

As quatro amigas são transportadas para tela nas mãos de competentes atrizes, mas aqui vemos uma Alessandra Negrini, livre, solta e que rouba todas as cenas com sua personagem a advogada ponta-firme e determinada Marinati. A atriz abusa de expressões faciais engraçadas e sua trama gira em torno de um realismo fantasioso que acaba deixando seu arco o mais interessante e claro o mais surreal.

Em Mulheres Alteradas, ao analisarmos friamente, nenhum problema é um problemão de fato, são apenas aquelas pequenas coisinhas, aqueles desejos e anseios que as mulheres passam e que no filme acabam sendo retratados de uma forma um pouco mais puxado para o lado cômico e em alguns momentos até mesmo são bastante caricatos como se fossem partes de uma tirinha de jornal. E isso, no final, nem é uma novidade gigante, já vemos acontecendo desde de Sexy and the City (HBO), passando pela série de Lena Duhnam Girls (HBO) e até mesmo dos nacionais, Os Normais (Globo) e Tapas e Beijos (Globo), onde tanto Vani, quanto as amigas Sueli e Fátima dariam uma ótima companhia para esse grupo.

Quando as amigas estão separadas vemos o fotografia do filme se destacar com cores vivas e quentes que são individualmente escolhidas para depois ficar diferente, onde a tonalidade dela muda quando todas estão juntas onde parece que estamos numa produção berrante e iluminada.

O roteiro de Caco Galhardo é até bem simples, ele cria as tramas que são facilmente resolvidas mesmo que de certa forma é o que o filme tem como proposta, mostrar mulheres que para suas realidades estão a ponto de explodir, seja a trama de Kika com um marido encostado (Deborah Secco num timing mais cômico e muito bem escalada) ou vivendo um crise dos 30, após dois filhos e um casamento como é o caso da Sônia de Mônica Iozzi que fica cada vez mais descontraída atuando.

Foto: Paris Filmes/Downtown Filmes

No final, Mulheres Alteradas faz um filme agradável, sem desviar dos clichês (que o filme abraça de monte diga-se de passagem) e conta uma história, mesmo que forçada em muitas partes para um olhar mais crítico, que tem uma certa leveza e se apoia no carisma de suas quatro protagonistas.

Talvez, Mulheres Alteradas seja o perfeito girls night movie, onde tudo que a espectadora quer é um filme que converse com ela e seus amigas onde julgamentos estão fora de cogitação.

Nota:

Mulheres Alteradas chega nos cinemas em 5 de julho!