Mostra SP 2018 | Culpa (Den skyldige) – Resenha

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Culpa (Den skyldige, 2018) do diretor Gustav Möller passou pelos festivais de cinema de Rotterdam e Sundance e é a aposta da Dinamarca ao Oscar desse ano.

Confira a sinopse:

Uma delegacia de polícia em algum lugar na Dinamarca. O policial Asger Holm está cuidando das chamadas de emergência nesta noite. Seu turno está quase no fim. Ele atende uma ligação de uma mulher sequestrada. Quando a ligação é desligada repentinamente, começa a busca pela vítima e seu sequestrador. Com o telefone como sua única ferramenta, Holm entra numa corrida contra o tempo para salvar essa mulher em perigo. Ele logo percebe, porém, que está lidando com um crime muito maior do que pensava. 

O que achamos: 

Excelente. Culpa é um daqueles filmes de suspense de deixar você colado na cadeira o tempo inteiro e faz um dos thriller mais angustiantes de 2018.

Com uma proposta simples mas muito bem executada, o roteiro de Gustav Möller e Emil Nygaard Albertsen é trabalhado para deixar o espectador se deixar levar pela história e embarcar na trama mesmo que ela apenas seja apenas contada atráves da figura de seu personagem principal, o operador de emergência Asger Holm (Jakob Cedergren, excelente).

Não vemos nada mais que Asger (onde a câmera passa quase o filme todo colada em seu rosto), seu telefone e seu computador mas Möller consegue deixar no ar um sentimento de aflição e desespero transbordar em tela, afinal, não vemos o que acontece do outro lado da linha apenas as expressões de um perturbado operador de emergência.

Esse tipo de filme e com essa proposta, claro, não é inédito temos, por exemplo, Por um Fio (2013) com Colin Farrell, Locke (2013) com Tom Hardy e a própria série 911 de Ryan Murphy e por mais que Culpa pegue a mesma idéia o filme acaba por fazer uma produção completamente viciante que nos deixa aflito para vemos os desdobramentos da situação. Em Culpa, nem tudo é o que parece ser e isso é maior trunfo do filme, claro, juntamente com a atuação de Cedergren. O ator leva, praticamente sozinho, o filme nas costas e segura as pontas durante toda sua duração.

No filme, a palavra chave é prestar atenção nos detalhes pois nem tudo é o que parece ser e quando mais estamos envolvidos com a situação mais deixamos de ver o quadro geral, afinal, estamos do mesmo lado da linha que Asger não é mesmo?

No final, vários sentimentos irão tomar conta de quem assiste Culpa, onde a cada tentativa do operador em tentar resolver a trama de sequestro deixará o espectador com a boca aberta com a quantidade de reviravoltas que um único filme pode ter.

Junto com Buscando (2018), Culpa faz um dos melhores suspenses policiais do ano.

Visto na 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Previsão de estreia no circuito nacional em Dezembro de 2018.

Avaliação: 4 de 5.

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