Moonlight: Sob a Luz do Luar | Crítica

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Foto: Diamond Filmes

Moonlight: Sob a Luz do Luar, estreia com excelentes atuações, roteiro simples, mas muito bem trabalhado e com um bela história sobre as relações humanas e na jornada de um rapaz que quer descobrir sua própria identidade.

Com uma produção modesta, mas com um visual muito bem escolhido, com tons de azul que remetem ao título do filme, o diretor Barry Jenkins nos entrega um longa sobre a história bem tocante e sensível de Chiron um jovem que cresce em bairro de periferia. A trama é contada em três partes que mostra três fases da vida do personagem e das pessoas que o cercam desde a infância até a vida adulta e a luta dele para encontrar seu lugar no mundo enquanto cresce em Miami nos anos 80.

Em cada fase o personagem é interpretado por um ator diferente, o que gera uma carga dramática a cada novo ciclo a medida que mudamos de fase da vida. Cada ator entrega uma atuação única e muito importante ao contar sobre a história do personagem principal, mesmo os atores não sendo conhecidos do grande público.

Foto: Diamond Filmes

Na primeira parte de Moonlight, conhecemos Little, apelido de Chrion, um tímido garoto de 10 anos que corre para escapar dos colegas de escola que estão perseguindo-o após a aula. Atuação silenciosa de Alex Hibbert, é fantástica onde podemos entender bem a situação que o personagem vive só pelo comportamento do ator em tela. Como saber uma coisa sobre você sem mesmo entender o que é aquilo? É com essa pergunta que o filme começa a desenvolver sua trama e apresentar os outros personagens.

O destaque fica com Mahershala Ali, da série House of Cards que se entrega no papel de Juan, o líder do tráfico local que acaba por desenvolver um lado mais paternal e uma figura masculina para Little. O ator entrega uma belíssima e grande cena dramática ao desenvolver tudo que está envolvido na questão de infância de Chiron e como as pessoas devem decidir quem elas são. Cada vez mais Little encontra um lar amigável na casa de Juan e Teresa (Janelle Monáe) diferente da onde ele vive com a mãe, personagem da atriz Naomie Harris que também mostra um trabalho fantástico, visceral e impactante da enfermeira que é viciada em crack. O filme quebra qualquer clichê e tem personagens complexos nessa primeira parte.

Foto: Diamond FIlmes

A trama avança e já temos Chiron na adolescência interpretado agora pelo ator Ashton Sanders onde temos um personagem tímido sim, mas bem explosivo e indignado com o tratamento que ainda recebe dos colegas. A atuação de Sanders é mais expansiva mas mostra que o personagem ainda continua sozinho. Em sua jornada vemos que as provocações dos colegas ficam mais agressivas e bastante homofóbicas e que Chiron ainda busca sua própria identidade tendo que lidar ainda com uma mãe ainda mais consumida pelas drogas. Essa fase tem uma das mais duas das melhores cenas de todo o filme onde o personagem em plena adolescência começa a se compreender junto com o amigo, Kevin (Jharrel Jerome) e a cena na escola onde nos encaminhamos para o última fase do filme.

Agora vemos a atuação de Trevante Rhodes, que tem sua estreia no cinema, como Black, um Chiron completamente mudado diferente do que estamos acostumados nas outras fases. O visual mais forte, com correntes de ouro e um carrão só esconde a ainda timidez que mostra um Chiron que ainda não encontrou sua própria identidade e busca uma reconciliação com o amigo Kevin após quase 10 anos e a mãe bem debilitada pelas drogas. Nessa fase o filme não cai no lugar comum novamente é bem sutil nas cenas que mostra o encontro do personagem com o amigo talvez agora ele esteja se entregando ao seu futuro sem medo e de abraços abertos.

Foto: Diamond Filmes

Moonlight: Sob a Luz do Luar é um filme impactante que oferece uma história bem tocante sobre as relações humanas. Com um excelente visual e ótimas atuações a produção mostra que a busca de sua identidade é uma história para todos independente de tudo.

Nota:

Moonlight: Sob a Luz do Luar estreia em 23 de Fevereiro nos cinemas brasileiros.

O filme foi visto em uma sessão de pré-estréia em São Paulo*

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