Metal Gear Survive Beta | Primeiras Impressões

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Durante este último fim de semana a Konami disponibilizou o beta de Metal Gear Survive. Uma espécie de sequência, ou spin-off, da franquia original. A história se passa em um universo paralelo logo após os acontecimentos finais de Metal Gear Solid V: Ground Zeroes. Seu personagem assim como outras estruturas foram sugadas para dentro de um buraco de minhoca e você, e quem estiver por lá, terão que lutar para sobreviver em um ambiente hostil.

O jogo contará com um modo campanha e cooperativo, onde você e mais três jogadores vão enfrentar hordas de zumbis com cristais no lugar de cabeça, coletar itens, enquanto buscam sobreviver e proteger a sua base.

O beta veio com dois mapas do modo multiplayer e lá fui eu me aventurar. Bem básico, sem introdução ou tutoriais, você já inicia criando seu personagem. Oferecendo várias possibilidades de customização, com uma variedade de opções que podem lembrar alguns RPG’s e MMO’s. Fiquei surpreso com os detalhes que você pode modificar, mas vale dizer que a edição foca principalmente no rosto de seu personagem, e mesmo que o beta ainda tenha poucas opções, achei bem divertido. Mas essa é a opinião de um cara que adora passar um bom tempo criando seu personagem, então sou suspeito.

Ao finalizar você escolhe o seu nome de guerra e vai para o menu, ou como apelidei: “Área de Loading” (se lembram do primeiro filme Matrix?!). Nesta área você realizará os upgrades e personalizações em seu personagem. Criará equipamentos, armas e tudo mais que você for desbloqueando durante as missões, assim como toda vez que você subir de nível.

Tudo o que aprendi foi com a troca de informações com outros players e explorando as abas dos diversos menus, que são muitos. Aos poucos fui pegando o jeito e tudo ficou mais intuitivo, mas acredito que esse é um fator que possa afastar jogadores mais casuais ou aqueles que não tenham muita paciência para gerenciamento de itens.

Depois de escolhido o que levar, você se direciona para a área de missões, seleciona o nível de dificuldade, o mapa (que no beta eram dois) e seleciona o modo para encontrar outros players. A espera no lobby por outros players muita vezes foi longa e tediosa. No beta, e possivelmente na versão final, você escolhe qual região/server do mundo vai se conectar, o que ajuda na qualidade de conexão mas a limitação ocasiona a tal demora para encontrar outros players. E por questões de ping optei pelo server da América do Sul, onde cheguei a esperar quase 3 minutos para uma alma viva aparecer.

Com o grupo formado, você é levado de volta para a sala de “loading” onde você e seus companheiros de equipe tem um tempo para planejarem e produzirem o que julguem necessário levar para a batalha. E agora começa a partida de fato. Você e sua equipe são transportados para uma área próxima da qual vai ter que defender. Em sua primeira partida você torce para que alguém do seu grupo saiba o que esta fazendo, afinal até agora você estava indo por intuição. Com o passar do tempo você entende que existe um timer e que você deve correr pelo mapa coletando objetos que você vai utilizar para criar as barreiras e bloqueios que irão impedir que os zumbis e monstros entrem no perímetro de sua base, assim como itens para produzir munição para suas armas.

E neste momento o jogo muda daquela vibe inicial de RPG/gerenciamento para Hordas/Sobrevivência. Se você já jogou Metal Gear, vai estar familiarizado com algumas mecânicas, que parecem desnecessárias e até inúteis ao menos para o modo multiplayer. Um exemplo é o modo furtivo que,  pelo curto tempo que você tem para coletar itens e fortificar, é desnecessário para este modo de jogo em que o tempo esta correndo . E esse é só um exemplo, de algo que tentam inserir para nos fazer conectar esta sequência com a franquia que este jogo usa o nome. Mas que ao final acaba só demonstrando que seria mais fácil construir um jogo que não tivesse nenhuma conexão com a franquia Metal Gear e assim garantir até mais liberdade criativa por parte dos desenvolvedores.

De volta a partida, com os  itens coletados e de olho no relógio, você cria, fortifica o que for possível, ativa o gerador o qual você deve proteger e corre de um lado para o outro matando os zumbis e monstros que tem como objetivo destruir um gerador que fica no centro de sua base. Vale dizer que os zumbis, monstros e afins não inovam em nada no gênero (só faltou um genérico de hunter como o de Left 4 Dead). E detalhe que a cada onda que termina, tudo que você criou para proteger a base é destruído, e você e sua equipe começam a correr de novo em busca de itens para fortificar tudo novamente e assim continuam até a terceira e última onda. Talvez a destruição de tudo tenha como objetivo te manter ocupado e fazer com que você gaste os seus itens coletados durante a missão para fazer com que você continue naquele grind eterno, o que não demora muito para ficar cansativo. Por fim, você recebe sua classificação e pontuação e as caixas de recompensa com matérias-primas que você vai utilizar para fabricar novos itens para a sua próxima missão.

Resumindo: O beta dá a impressão que o jogo final vai ser uma mistura de vários estilos e que os desenvolvedores não sabiam qual gênero de jogo queriam criar e foram adicionando tudo que eles acreditavam que poderia ficar bom, utilizando a engine e a estrutura consolidada de Metal Gear. No fim, parece um mod baseado no Metal Gear: Phantom Pain. O beta de fato demonstra que a engine é ótima, assim como oferece gráficos bem otimizados, só que isso não é suficiente para dar alma ao jogo. E durante uma sessão e outra, conversando com outros players durante as partidas aleatórias, deu pra sentir que eles chegaram a essa mesma conclusão.

Vale dizer que tive a impressão que a Konami vai inserir microtransações ou algum tipo de moeda corrente para “facilitar” a vida de quem quiser gastar dinheiro real com isso, mas por enquanto é uma suposição.

O beta demonstra que o jogo final até será divertido e excitante por um curto período de tempo, mas ao final, quando você para e avalia, conclui que falta algo. Ele parece carecer de carisma. Parece apenas mais um jogo de hordas/sobrevivência que mesmo com um modo single player que possivelmente tente justificar tudo isso, pode acabar se tornando repetitivo e cansativo.

O beta de Metal Gear Survive demonstra que o jogo final vai tentar ser de tudo um pouco e até poderá conseguir alguns resultados interessantes, mas se tem algo que ele passa longe é de ser ou justificar levar no título o nome Metal Gear.

Vale dizer que minhas impressões foram baseadas pelas minhas dez horas jogando o beta, mas que mesmo com as limitações, o mesmo ofereceu uma noção do que o jogo final vai oferecer quanto ao modo multiplayer.

Metal Gear Survive vai chegar as prateleiras no dia 20 de fevereiro de 2018 para PC, PlayStation 4, Xbox One.

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