Homem-Formiga e a Vespa | Crítica

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Divertido e completamente despretensioso Homem-Formiga e a Vespa (Ant-Man and The Wasp, 2018) é o retorno da fórmula de sucesso da Marvel mas que chega num momento delicado e crucial do Universo Cinematográfico do estúdio.

A sequência se passa após os eventos vistos em Capitão América: Guerra Civil (2016), onde Scott Lang (Paul Rudd, ótimo) se encontra preso em sua casa e em contato com seus parceiros antigos após seu envolvimento na batalha do aeroporto lutando ao lado do Capitão America e seu time contra Tony Stark. O destaque do filme é que os produtores conseguem manter aquele espirito brincalhão que aposta na comédia para contar aqui, uma história  espirituosa mas completamente à parte dos eventos principais visto no fatídico Vingadores: Guerra Infinita (2018).

Homem-Formiga e a Vespa então, é uma aventura isolada cheia de humor, com o retorno de protagonistas carismáticos e que exalam química entre si. Uma das grandes preocupações do filme, além de caprichar nos efeitos especiais, é criar uma trama que acerta em se preocupar em apresentar novos elementos para o MCU, como o Reino Quântico (prometemos não falar a palavra várias vezes) mas também que consegue garantir um filme leve, nem um pouco complicado (com tantas fórmulas e equações matemáticas envolvidas) mesmo que no final também não acabe entregando nada de muito novo.

Os produtores pegam a fórmula que deu bastante certo no primeiro filme e replicam aqui: temos o hilário Scott Long sempre dando aquele famoso “jeitinho” para tudo e aquele “vai ou não vai” no relacionamento com Hope Van Dyne (Evangeline Lily). Na sequência, a trama faz a personagem puxar o protagonismo para si, principalmente nas cenas de ação e de luta e deixa Lily comandar o show e garantir o motivo de termos “E a Vespa” no título.  E claro, o longa acerta em retornar e desenvolver todo aquele lado mais dramático que envolveu  as questões de família que ficaram deixadas lá do primeiro filme, como a busca de Janet Van Dyne – a atriz Michelle Pfeiffer parece que aproveitou cada minuto –  desaparecida anos por causa de uma missão. 

Homem-Formiga e a Vespa faz novamente aquele humor rápido, com um texto bem escrito e deixa o palco pronto para Paul Rudd mostrar o que sabe fazer de melhor: ser engraçado! E o ator entrega 100% e está completamente sensacional num timing cômico gigante. Mas não se enganem, Evangeline Lily encanta como Hope e mostra uma heroína destemida, inteligente e completamente pronta para qualquer tipo de combate. Michael Douglas acerta novamente no tom de seu Dr. Hank Pym que aqui na sequência parece perder aquela aura de complexo de Deus que o personagem tinha no primeiro filme, talvez por conta que o Dr. Pym fique mais mais pé no chão e que também acaba se envolvendo na ação.

Como não poderia faltar em um filme da Marvel, as motivações dos vilões principais, Hannah John-Kamen como Ghost e o completamente desperdiçado Walton Goggins, acabam sendo escassos e nada explorados, mesmo que no final, tenham eles acabem tendo um propósito diferente do que “eu quero dominar o mundo” visto pela grande maioria nos filmes do MCU, aqui acabam fazendo mais do mesmo, estando aqui por estar.

Numa escala menor, Laurence Fishburne faz um personagem como ares de homenagem onde sua trama fica completamente a desejar onde fica claro que o ator está ali apenas pelo nome grande estampado no cartaz.  A dupla Randall Park como um agente da S.H.I.E.L.D. que fica na cola de Scott e Michael Peña como parceiro no crime Luis fazem ótimos e hilários momentos e que ficam bem em pequenas doses.

Assim, o filme faz um grande resumo do que aconteceu com o personagem do Homem-Formiga e (da Vespa!) durante o período que ele não apareceu nos outros filmes e ainda consegue estabelecer novas pistas e mistérios para o que vem pela frente. Homem-Formiga e a Vespa não é filme ruim, de maneira nenhuma, ele apenas acaba sendo filme menor, menos megalomaníaco que o antecessor na lista da Marvel o que reduz a empolgação ao parecer uma história muito desconectada da carga dramática que o estúdio nos entregou após o gancho final de Vingadores: Guerra Infinita, é como se como no restaurante você pedisse o refrigerante A, o garçom diz que não tem e te oferece outra marca e você fala “pode ser!”. O longa acerta por ter dois atores excelentes nos papéis principais e que entregam boas atuações por conta de seus diálogos afiados.

Homem-Formiga e a Vespa faz e cumpre aquilo que promete, um filme não muito grandioso e sem muito compromisso que diverte ao ter coisas voando em tela que aumentam e diminuem o tempo todo. Apenas.

E isso, não é uma coisa ruim.

 

 

Avaliação: 3 de 5.

Homem-Formiga e a Vespa estreia em 05 de julho de 2018.

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