Coletivo Terror | Crítica da 1ª Temporada

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Escondida no catálogo da Netflix, Bloodride é uma produção da Noruega que pode ser encontrada no catálogo com o título nacional de Coletivo Terror e consta em 6 histórias isoladas de terror super curtinhas, mas que garantem reviravoltas para fisgar o espectador.

Coletivo Terror coloca todos os personagens dentro de um ônibus escolar, em que a cada episódio a câmera acompanha um por um, onde vamos descobrir mais sobre essas figuras aparentemente normais que dividem o espaço do coletivo.

Ultimate Sacrifice (2020)
Coletivo Terror | Crítica da 1a temporada | Foto: Netflix

E assim, logo no primeiro episódio, a série mostra o que esperarmos dessas 6 histórias que são completamente diferentes uma das outras, e que não se conectam em nenhum momento. Temos pai e filha com um animal de estimação, uma moça loira, uma moça negra, e nos bancos do fundo um rapaz, e ainda um grupo de pessoas sem roupa, e um rapaz com uma fantasia de elefante.

O que esse grupo bastante diferente um dos outros tem em comum? Basicamente nada. Eles estão apenas juntos nesse ônibus sobrenatural, afinal, as histórias contadas não se mesclam entre si, onde o espectador pode assistir os episódios fora de ordem, ou até mesmo aqueles que a sinopse o deixar mais curioso.

Claro, a série não chega a ter o mesmo nível de profundidade do que Black Mirror, e segue mais a cartilha do novo The Twilight Zone sem soar tão pretensiosa. Coletivo Terror se apoia muito mais em contar uma enxuta e coesa história e que vai direto ao ponto, sem se preocupar com colocar atores e atrizes conhecidas para dar vida para seus personagens. Assim, Coletivo Terror consegue criar uma atmosfera convidativa para o espectador perceber que algumas coisas estão bem erradas com o que acontece com seus personagens, como é o caso principalmente de três episódios (Um grande sacrifício, Três irmãos Loucos, e Escritor do Mal) que realmente brincam com as noções de realidade, entregam tramas um pouco mais fantasiosas, e com reviravoltas que realmente trazem mais impacto para a trama.

Em Um grande sacrifício temos uma família que se muda para uma cidade pequena do interior e que percebe que seus vizinhos são muito cordiais e solicitos do que o normal, com um detalhe à mais, todos eles são muito apegados, por algum motivo, ao seus animais de estimação. Para os fãs de Midsommar – O Mal Não Espera à Noite, o episódio cai como uma luva com sua trama envolvendo esse tipo de seita. Sem muitos spoilers, mas realmente uma trama bem construída e que vai direto ao ponto com boas surpresas e uma dose macabra de suspense.

Coletivo Terror | Crítica da 1a temporada | Foto: Netflix

Já em os Três Irmãos Loucos e Escritor do Mal vemos protagonistas não muito confiáveis e que a trama nos faz questionar nossa percepção sobre eles. No primeiro, temos uma rapaz que acabou de sair de uma instituição psiquiátrica onde ele recebe a visita de seus irmãos que o convencem a ir até o chalé da família passar um tempo. No caminho até lá eles encontram uma moça, e é ai que a história ganha forma e um tom bastante curioso, que como falamos é notado que as coisas estão bastante erradas.

O episódio Três Irmãos Loucos, para quem o escreve talvez, seja o capítulo mais impactante e o favorito. O mesmo vale para Escritor do Mal, que coloca Olivia num mix de realidade paralela muito estranha, onde a personagem vive num mundo idílico onde tudo dá muito certo para ela, a garota é amada por suas colegas de quarto, tem um namorado atencioso, e ainda dirige um carro esportivo, mas as coisas mudam quando ela começa uma aula de escrita criativa. Escritor do Mal segura sua reviravolta até o final, e talvez, seja o episódio com a maior quantidade delas, o que o faz ser muito bom. 

Os outros três episódios (Cobaias, A Escola Antiga e O Elefante na Sala) talvez não tenham o mesmo impacto narrativo que os outros três, mas entregam boas histórias onde o jogo perturbado que o presidente de uma empresa farmacêutica faz com seus convidados em um jantar para tentar descobrir quem roubou um protótipo entrega um unidunite um pouco sem sal, e que se segura em fazer o espectador juntar as pistas e descobrir quem é o responsável. A graça de Cobaias acaba quando a informação é revelada bem antes do episódio terminar.

The Elephant in the Room (2020)
Coletivo Terror | Crítica da 1a temporada | Foto: Netflix

Já em A Escola Antiga, a história da professora que chega numa cidade do interior para dar alguma numa escola não chega a empolgar em nenhum momento, assim, como O Elefante Na Sala que coloca os funcionários de uma empresa numa festa à fantasia vestido de animais e cria um mistério fraco e nada interessante, o que fazem desses dois os mais fracos desse ano.

Coletivo Terror acerta em entregar esses pequenos contos de terror em pequenas doses, os episódios não são assustadores ou que dão medo apenas se seguram nas reviravoltas em sua trama com uma dose de momentos mais gráficos quase um slasher bem dosado. Para quem é fã do gênero Coletivo Terror faz uma boa aposta para uma maratona em um dia tranquilo. 

 

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