Abominável | Crítica

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Abominável (Abominable, 2019) faz parte de um mundo onde Hollywood tem seus olhos voltados para o mercado internacional, principalmente o chinês, onde boa parte do dinheiro de bilheteria aqui se encontra. Claro, já tivemos outras animações que conversam com o público asiático em outros momentos, mas aqui temos, realmente um outro nível que foi alcançado.

Criada pela DreamWorks Animation, e pela produtora chinesa Pearl Studio, Abominável faz uma adorável e divertida aventura pela China, num filme colorido e vibrante que fala sobre amizades, a importância da família, e descobrir seu local no mundo. 

Chloe Bennet, Albert Tsai, and Tenzing Norgay Trainor in Abominable (2019)
Abominável – Crítica | Foto: Universal Pictures

E talvez, o maior mérito da animação fique com sua paleta de cores, que abusa de tons vibrantes, e visualmente incríveis para ajudar a contar sua história. Claro, a trama de Abominável pode até soar um pouco genérica e não ter um roteiro totalmente original, mas compensa, e muito, em suas deslumbrantes paisagens, seja na movimentada cidade grande, ou ainda no montanhoso interior do país, onde vemos nossos os personagens principais, passarem ao rumo ao Monte Everest.

Em termos de fotografia e criação das animações tudo em Abominável chama a atenção, seja nos detalhes dos locais, nos personagens humanos, ou ainda na figura do Yeti que movimenta a trama. A animação nos garante passagens belíssimas e dignas de serem pausadas, apreciadas, e salvas para virarem wallpaper seja no celular ou no computador, onde aqui, o grande destaque fica com o trabalho da equipe de produção.

O roteiro de Jill Culton, que trabalhou em Monstros S.A. para a Pixar e para a franquia O Bicho Vai Pegar para a Sony Animation, serve como uma imersão para a cultura oriental, e faz, realmente uma grande dedicatória para a região, seus costumes e tradições.

Na trama, conhecemos a jovem Yi (voz no nacional da atriz Mharessa, e no original de Chloe Bennet, ambas sem ascendência asiática vale-se notar) que entre um trabalho e outro de verão encontra com um Yeti, popularmente conhecido como Pé Grande, vivendo no telhado de seu prédio. E assim, a garota irá partir em uma grande aventura para salvar seu novo amigo de uma organização do mal, lideradas pela dupla formada pela Doutora Zara e o empresário Burnish, que querem estudar o raro animal. 

Como falamos, Abominável não entrega nada de novo, mas garante que o espectador sairá com o coração mais quentinho com a forma que a animação desenvolve sua trama. O roteiro abusa de cenas divertidas, um humor certeiro, passagens rápidas, e se mostra totalmente focado para crianças para mostrar o caminho que Yi, Peng e Jin (os alívios cômicos) irão percorrer para levar Everest – o nome dado para o Yeti pelo trio – de volta para sua casa.

As aventuras que o grupo enfrentam acabam por ser muito mais uma desculpa para mostrar diversos locais e diversos aspectos da cultura chinesa, do que efetivamente serem importantes para a trama. Assim, toda criação gráfica em Abominável é que faz o filme valer a pena. 

Chloe Bennet, Albert Tsai, and Tenzing Norgay Trainor in Abominable (2019)
Abominável – Crítica | Foto: Universal Pictures

Abominável vem numa boa safra de filmes para a Dreamworks, em que as semelhanças com a franquia Como Treinar Seu Dragão são sentidas, onde o filme deverá sofrer para garantir um lugar ao sol ao lado de Banguela, ou até mesmo de Po, do divertido Kung Fu Panda. Mas a produção se garante em acertar todos os quadradinhos para um filme em 2019, seja na protagonista feminina, na apelo para uma cultura fora do padrão ocidental, e passar uma mensagem de aceitação as diferenças.

Abominável apela para um visual encantador para criar momentos emocionantes, principalmente quando vemos nossa protagonista com seu violino, mesmo que no final seja só isso ao entregar uma animação que te fará sair da sessão com um sorriso na cara, na melhor definição que feel good movie possa ter.

Nota:

Abominável chega em 26 de setembro nos cinemas.

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