43ª Mostra SP | Wasp Network – Resenha

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Filme Indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza 2019. No elenco temos o brasileiro Wagner Moura.

Wasp Network foi o filme de abertura do festival e seu diretor o homenageado.

Sinopse:

Havana, dezembro de 1990. René González, um piloto cubano, rouba um avião e foge do país, deixando para trás a amada esposa e a filha. Ele começa uma nova vida em Miami, que logo é acompanhada por outros dissidentes cubanos, todos trabalhando para a desestabilização do regime de Fidel Castro.

Adaptação do livro Os Últimos Soldados da Guerra Fria, de Fernando Morais.

O que achamos: Cansativo, e com sérios problemas de edição. Baseado no livro de Fernando Morais, Wasp Network era para ser um empolgante filme de espionagem com um elenco latino estelar, mas acaba por entregar um filme confuso em sua proposta. 

Wasp Network estreou em Veneza, e deve ter ficado longe da lista principal de melhores filmes, mas ganhou destaque depois que seu diretor Olivier Assayas afirmou que ele e sua equipe de produção iriam voltar para a ilha de edição e rearranjar o filme. A mudança foi mínima e Assayas, talvez, tenha perdido a chance se apresentar, de uma nova forma, Wasp Network para o mundo em outros festivais.

E com as notícias dessa recepção fria, chegamos a conclusão, após ver o longa, que Wasp Network faz um filme do quase. A produção quase empolga, quase vale a pena pelo elenco, e quase consegue contar uma boa história, e isso fique claro, talvez, pelo fato do diretor ter escolhido nomes latinos conhecidos e competentes e que fazem de Wasp Network não sair voando por aí. 

Edgar Ramirez, Wagner Moura e Penélope Cruz estão confortáveis em seus papéis, os dois primeiros membros da chama Rede Vespa que coletava informações de inteligência discretamente, e Cruz como a esposa de Ramirez que é deixada no país sozinha, e com a filha para criar.

A intenção de Assayas era focar no lado humano, nos dramas dos personagens, mas ao fazer isso, o diretor não consegue criar uma certa empatia deles com o público. Em Wasp Network é como se o diretor falasse “vem que no caminho eu explico” e esse caminho é longo, por oras, tortuoso.

 Wasp Network perde a chance de ter um ritmo ágil para contar como a tal rede de espiões se formou e agiu, ao vez disso, nos apresenta situações e personagens a adoidado que não temos numa conexão, seja a esposa do personagem de Moura, a estrela em ascensão Ana De Armas, num bom ano depois de explodir em Blade Runner 2049, os colegas do personagem de Ramirez, interpretado pelo ator argentino Leonardo Sbaraglia, ou até mesmo, Gael García Bernal que aqui está completamente desperdiçado.

No final, Wasp Network faz uma teia emaranhada de momentos dramáticos para contar uma história pouco conhecida do grande público que merecia mais tempo para ser destrinchada e contada. Nem de boas intenções vive o cinema.

Nota:

Wasp Network não tem previsão de estreia no circuito. 

Filme visto na 43ª Mostra Internacional de São Paulo

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